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A luta continua pela independência completa – Guebuza

O Presidente da Republica, Armando Guebuza, disse esta sexta-feira, em Maputo, que Moçambique continua a lutar para alcançar uma independência completa. Segundo Guebuza, a independência completa passa por todos os moçambicanos viverem em melhores condições, bem como implica que a pobreza deixe de ser uma preocupação no país. Guebuza falava a imprensa na Praça dos Heróis, onde depôs uma coroa de flores por ocasião da celebração dos 35 anos da Independência Nacional.

De acordo com o estadista moçambicano, quando a 25 de Setembro de 1964 os moçambicanos pegaram em armas para lutar contra o colonialismo, o objectivo era ter o domínio e poder político: a independência total. “Primeiro nós queríamos uma independência total e depois completa. Fazia parte do nosso programa termos o domínio e poder político para depois avançarmos, de acordo com as nossas necessidades e visão, para combate e liquidação da pobreza e para garantir o bem estar dos moçambicanos”, disse.

Guebuza frisou que “hoje somos independentes, nós é que decidimos o nosso destino e definimos quais os passos que devemos tomar para se alcançar a independência completa, que é o combate a pobreza”. Depois da proclamação da independência, a 25 de Junho de 1975, Moçambique introduziu reformas económicas e dedicou especial atenção ao desenvolvimento das zonas rurais onde vive a maioria dos moçambicanos, cerca de 70 por cento.

Ao longo destes anos, várias infra-estruturas foram sendo desenvolvidas, como forma de atrair investimento e até se instituíram vários recursos para dinamizar a economia das zonas rurais através do desenvolvimento de actividades de rendimento que possam gerar emprego. Entretanto, neste novo mandato (2010- 2014), o Governo moçambicano decidiu dedicar maior atenção à pobreza urbana, onde se considera que a situação é mais grave. É que enquanto nas zonas rurais as pessoas podem recorrer a recursos locais para garantir a sua sustentabilidade, como por exemplo produtos da machamba para alimentação, nas cidades, tudo depende da capacidade financeira das pessoas para terem condições condignas.

Guebuza explicou a jornalistas que a nova abordagem do combate a pobreza deriva do facto de o Governo ter constatado que já está em condições de fazê-lo. “Quando iniciamos um combate temos que ir por partes. Nós começamos por lá onde o problema se punha com maior acuidade (zonas rurais) e agora nos sentimos com experiência suficiente e capacidade para poder enfrentar de maneira sistemática a pobreza urbana”, defendeu.

Durante o conflito armado que se prolongou por 16 anos, muitas famílias abandonaram as zonas rurais, onde tinham as suas actividades de rendimento, para as cidades a procura de melhores condições de segurança e de vida. Muitas destas famílias depois da guerra não regressaram às zonas de origem, uma vez terem se instalado naquilo que se chama de reassentamentos informais, onde as condições são deploráveis. Assim, o combate a pobreza constitui o principal desafio de Moçambique depois da independência.

Apesar destes desafios, Guebuza considera que valeu a pena os moçambicanos terem pegado em armas para libertarem o pais do jugo colonial. Alguns, como ele, abdicaram da sua juventude e da convivência familiar para lutar pelo seu país. Por sua vez, o antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, reconheceu que Moçambique ainda não chegou ao ponto que se pretendia com a independência.

Interpelado pela AIM, na Praça dos Heróis, Chissano disse que “este é o Moçambique pelo qual lutamos, mas ainda não chegamos a forma final porque a nossa visão é maior do que isto. Ainda estamos a construir o nosso país e bem. Nós pretendemos chegar ao melhor, onde a vida será aprazível para toda a população, onde cada um possa ter uma vida mais digna e confortável”. Por sua vez, o Arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, disse, em breves declarações a AIM, que o bem comum deve estar acima dos interesses privados, por forma a que todos os moçambicanos possam usufruir dos recursos que o país possui, bem como dos benefícios da independência nacional.

Para Dom Chimoio, os moçambicanos estão a saber explorar os ganhos da independência do país, porém apelou a paciência e tolerância entre todos os nacionais, bem como para que haja procura constante de crescimento harmónico no país. “Todos estamos de parabéns, somos convidados a manter a paz que constituiu elemento número um da nossa soberania. Somos todos chamados a criar condições para que todos vivamos a soberania do nosso país da melhor maneira. Devemos interessar-nos pelo bem comum que deve ser superior ao bem privado”, defendeu.

Foi a 25 de Setembro de 1964 que a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) iniciou a luta armada de libertação nacional, que culminou com a derrocada da dominação colonial portuguesa, de cerca de 500 anos, e consequente proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975 pelo então Presidente Samora Moisés Machel.

A independência foi proclamada as zero horas do dia 25 de Junho de 1975 por Samora Machel, que veio a ser Presidente da República Popular de Moçambique, até a sua morte a 19 de Outubro de 1986. A cerimónia de deposição de flores na cripta dos heróis, em homenagem àqueles homens e mulheres que deram a vida pela libertação do país, contou com a participação de convidados nacionais e estrangeiros e, como sempre, com a ausência do maior partido da oposição moçambicana, a Renamo.

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