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A diplomacia de Obama: intenções e conquistas

Do anunciado encerramento de Guantánamo até a retirada das tropas americanas do Iraque, o prêmio Nobel da Paz entregue nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama pode ser interpretado como recompensa a uma diplomacia acima de tudo conciliadora, ainda que a obra iniciada esteja longe de sua conclusão.

AFEGANISTÃO: – Obama enviou mais 21.000 soldados ao país, mas os generais americanos ainda pedem entre 10.000 e 40.000 homens para derrotar o Talibã, que ganhou terreno. O presidente, no entanto, questiona esta necessidade e afirma que pode concentrar sua estratégia em torno da luta contra os integrantes da Al Qaeda no Afeganistão e Paquistão.

IRAQUE: – No dia 27 de fevereiro, Obama anunciou a retirada da maior parte dos soldados americanos no Iraque até o fim de agosto de 2010, e uma retirada total até o fim de 2011. Seu secretário da Defesa, Robert Gates, indicou recentemente que a retirada será “um pouco mais rápida” que o previsto, o que permitiria um reforço do contingente no Afeganistão. Mas o Iraque, onde os atentados são praticamente cotidianos, ainda está longe de ser um país estável.

GUANTÁNAMO: – Dois dias depois de assumir a presidência, em 22 de janeiro, Obama assinou uma ordem de fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, que se tornou símbolo da era de seu predecessor, George W. Bush, e de sua “guerra contra o terror”. Ainda há 220 prisioneiros em Guantánamo, todos suspeitos de terrorismo. Nas últimas semanas, as mais altas autoridades do governo reconheceram que seria difícil respeitar o prazo estabelecido a princípio, mas o Congresso pode autorizar parcialmente a transferência de detentos para os Estados Unidos.

ORIENTE MÉDIO: – No fim de setembro, Obama conseguiu reunir pela primeira vez o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas. No entanto, ainda não foi capaz de convencê-los a retomar as negociações de paz.

MUNDO MUÇULMANO: – Em junho, Obama fez um discurso no Cairo defendendo uma nova era nas relações dos EUA com o mundo muçulmano – que atualmente soma cerca de 1,5 bilhão de pessoas. Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro e ao longo de toda o governo Bush, as tensões só aumentaram. O “ciclo de desconfiança e discórdia deve acabar”, afirmou o presidente. Aos poucos, a imagem dos Estados Unidos no mundo árabe vai sendo lustrada, embora ainda esteja longe de brilhar.

IRÃO: – No dia 20 de março, quando foi comemorado o Ano Novo persa, Obama fez um discurso dirigido aos dirigentes iranianos propondo a superação de três décadas de conflito. As negociações sobre o tema nuclear foram retomadas no dia 1º de outubro em Genebra depois de mais de um ano suspensas, e Teerão aceitou permitir o acesso a uma de suas usinas de enriquecimento de urânio, oculta até então. Washington, no entanto, ameaça endurecer as sanções diante das recentes provocações iranianas.

COREIA DO NORTE: – Pyongyang se declara disposta a retomar as negociações sobre sua desnuclearização, depois de ter se negado a fazê-lo em abril, o que levou a uma nova série de sanções internacionais incentivadas pelos Estados Unidos.

RÚSSIA: – Washington procurou tranquilizar Moscou ao renunciar, em setembro, à construção do escudo antimísseis no leste europeu. No começo de julho, Obama atendeu ao pedido dos líderes russos e concordou em reduzir a quantidade de armas nucleares dos dois países até o fim de 2009. Na ONU, pediu em setembro avanços em direção a um mundo desnuclearizado.

CUBA: – Obama derrubou as restrições para o envio de remessas para Cuba e para a circulação de americanos de origem cubana, mas manteve o embargo econômico sovre a ilha.

DIREITOS HUMANOS: – Obama foi criticado por não receber o Dalai Lama em Washington esta semana, quando o líder tibetano fazia uma viagem pela América do Norte. A oposição faz pressão para que cuide de suas relações com a China, para onde viajará em novembro.

CLIMA: – Depois da completa inércia durante a era Bush, Obama se declarou decidido a agir contra o aquecimento global, mas o Congresso está levando tempo demais para tomar decisões sobre a diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa.

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