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A caminho dos Jogos Africanos: Leonor Piúza, campeã africana dos 800 metros

A caminho dos Jogos Africanos: Leonor Piúza

Leonor Piúza a “segunda Mutola” como é carinhosamente chamada a actual campeã africana dos 800 metros, vai defender o seu título em casa, numa fase em que a corrida está em alta no Continente. Não vai ser fácil chegar ao pódio se as superestrelas africanas – as quenianas Pamela Chelimo e Janete Businesie, mais a sul-africana Caster Semenya – por sinal as três melhores do Mundo vierem a Maputo ao seu melhor nível. Porém, um cenário bem provável é que estas atletas priorizem o Mundial da modalidade, que se realiza na Coreia do Sul, precisamente de 27 de Agosto a 4 de Setembro.

Aos 33 anos, Leonor Piúza é a detentora da medalha de ouro dos Jogos Africanos nos oitocentos metros femininos, prova ganha em Argel, em 2007, com o tempo de 2.07,45 minutos, na nona edição do maior evento desportivo do continente. Nesses jogos, Moçambique conquistou apenas o ouro de Piúza que valeu a inclusão no quadro geral de medalhas.

Apesar de a final ter sido lenta, Piúza virou estrela da especialidade e manteve a hegemonia de Moçambique nesta distância, uma vez que a ex-campeã africana, mundial e olímpica, Lurdes Mutola, não fez parte da delegação nacional que competiu em Argel. Com este cenário, Leonor Piúza assumiu as rédeas da modalidade, puxou pelos galões e salvou a honra de uma nação que se curvou aos seus pés quando no estádio olímpico de Argel foi entoado o hino de todos os moçambicanos.

Melhores marcas das últimas décadas

Para os Jogos de Maputo, o cenário será bem mais difícil. A razão principal é o surgimento das três estrelas africanas já referidas o que vai obrigar a nossa representante a vencer a barreira dos dois minutos. Caso isso não lhe seja possível, a “armada queniana” mais a estrela sul-africana não darão qualquer hipótese à nossa compatriota de subir ao pódio.

E se os números querem dizer alguma coisa, há que relembrar o cenário dos últimos Jogos Olímpicos em que o pódio foi ocupado por três atletas do Continente. Os seus tempos foram, em verdade, quase extra-terrestres. Vejamos: Lurdes Mutola, que correu a prova em 1.57,68 terminou no quinto lugar. Nos primeiros dois postos, situaram-se as duas quenianas com o cronómetro a marcar 1.54,87, medalha de ouro olímpica, para em segundo lugar se classificar Janete Jepkosei Businesie, com 1.56,7. Junta-se a isso a marca da sul-africana Caster Semenya de 1.55,45, no último Mundial realizado na Alemanha. Ambas marcas estão bem longe dos 2.01,71 que é o recorde pessoal de Leonor Piúza.

Mas é verdade que em atletismo, sobretudo nas corridas de meio-fundo e fundo, vários factores se tem de ter em conta, o principal dos quais a questão táctica. A nossa compatriota, agora muito mais experiente, deverá tudo tentar para que a corrida seja o mais lenta possível, impondo uma passada que não leve a loucuras e reservando as energias para a ponta final. Tal como Lurdes, já no ocaso da sua carreira, conseguiu sobrepor-se às mais jovens, daí tirando muitos dividendos.

O “peso” de transportar o país às costas e o facto de ser a campeã da prova, longe de inibir esta oitocentista nas pistas, têm que ser o farol que a poderá iluminar de forma a que, com o forte apoio do público, se auto-supere.

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