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A água que dá saúde e alivia a “babalaza”

Consumir água de coco dá mais saúde e melhora o desempenho físico dos desportistas, pois, mais do que a própria água, repõe alguns nutrientes que são perdidos na transpiração. Além disso, graças aos electrólitos e potássio que contém constitui uma boa solução para aliviar a ressaca, depois de uma forte bebedeira na véspera.

A origem do coco ainda é muito discutida, mas a sua água já está mais do que estudada. É uma das bebidas mais ricas em termos nutricionais e contém minerais como cálcio, fósforo, sódio, potássio, vitamina C e pouca caloria. Nos Estados Unidos da Améria é chamada a água da juventude, mas, cá entre nós, segundo os que a vendem, poucos sabem das qualidades e benefícios que traz para a saúde.

Fernando Rungo, natural de Inhambane e vendedor de cocos há oito anos, sabe apenas que as pessoas recorrem à água para refrescar quando faz muito calor e algumas aparecem a solicitar para usar como remédio contra a malária e pressão arterial.

“Há gente também que requisita para servir nas festas”, conta. Apesar das vantagens para a saúde, de acordo com Rungo e os colegas, o nível de consumo deste produto natural é baixo na cidade de Maputo. “O Inverno é o tempo mais dífi cil para o negócio. Quase ninguém compra. As pessoas mentalizaram que se deve consumir mais no Verão”.

Benefícios para a saúde

Desengane-se quem pensa que o produto só tem valor no Verão. A água do coco é imprescindivel ao organismo em qualquer estação do ano. Normalmente deviam ser tomados dois copos de 300 mililitros por dia. Apesar de alguns especialistas avançarem que é melhor do que a água mineral, ela nunca deve substituir a água natural, que deve ser bebida na quantidade de um a dois litros por dia.

Não se sabe ao certo se a água de coco combate a malária, como pensam alguns citadinos de Maputo, mas não há dúvidas de que é uma bebida que faz bem ao coração e a outros músculos do corpo humano. Sacia a fome, ajuda no funcionamento do intestino, facilita a digestão e favorece a circulação sanguínea.

Evita a prisão de ventre, vômitos na gravidez, tem efeito diurético e pode até tratar úlceras estomacais em estágios pouco críticos. É claro que a água de coco não é milagrosa, mas diz-se que é muito mais do que um simples refresco natural. E os benefícios não param por aí.

A bebida reduz o risco de doenças cardíacas, protege contra vários tipos de cancro, fortalece o sistema imunológico e tem função anti-envelhecimento. Segundo a história, durante a Segunda Guerra Mundial, a água de coco foi utilizada como soro fisiológico nas cirurgias de emergência e até hoje é indicada para repor os sais minerais em pessoas com diarreia.

Entretanto, é importante lembrar que a água só é perfeita e completa quando está na própria fruta. Até agora cientistas estão a tentar criar em laboratório um processo capaz de manter as suas qualidades originais. Alguns estudos sugerem que apesar de tantas vantagens, as pessoas hipertensas e diabéticas não devem consumir água de coco em excesso, porque contém muito sódio e carboidratos.

Onde encontrar

Trazido de Inhambane quase em moldes industriais, o lanho que se vende em Maputo, movimenta e é fonte de receita para muitas famílias espalhadas um pouco por toda a zona cimento e periferica da capital. O “quartel-general” do negócio está na avenida Marginal, onde é vendido a 15 meticais cada. Noutras paragens sai a 10.

Na marginal, os espaços por onde se vendem estão devidamente distribuidos entre os comerciantes. Por exemplo, o troço entre o restaurante Miramar até ao Kaya Kwanga é explorado por Alcindo Meneses, que foi parar ali há cinco anos e diz que herdou o lugar de alguém que abandonou a actividade.

Todas as carrinhas de mão que sobressaem à vista nessa zona pertencem a si. Do Kaya Kwanga até ao Supermercado Game, o local é controlado por outro vendedor e assim sucessivamente até a praia da Costa do Sol, num esquema devidamente organizado e montado com o fito de garantir um negócio agradável para todos. Excepto em relação aos turistas, geralmente, os vendedores têm os seus clientes fixos. O tipo de organização que vigora ali surgiu por iniciativa dos próprios vendedores. O municipio nada tem a ver, senão cobrar taxas apropriadas.

Sem o número exacto de pessoas que vivem do negócio, @Verdade soube que os principais actores são cinco indivíduos, que têm os seus empregados espalhados pela avenida. Os fins-de-semana do Verão são os dias em que o produto sai mais: entre 400 e 500 lanhos por dia. Para os clientes e transeuntes que @Verdade abordou, o lanho é bom porque tem a função simultânea de matar a sede e a fome.

“Se for para variar tem sido com pão e bajia. Mas muitas vezes opto por adquirir apenas a polpa do lanho que custa cinco meticais. Além de barato, enche a barriga e dizem que é saúdavel”, contou Joaquim Santos, orfão de 19 anos de idade, que encontrou nas ruas o seu cantinho para viver.

O coqueiro é considerado a árvore da vida. Dele, aproveita-se tudo: raiz, caule, folha, infl orescência e fruto. Há alguns anos atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou queixa contra uma empresa que quis patentear o coco para fazer bebidas para desportistas. “O coco deve ser património da humanidade”, defende a OMS.

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