Foram, formalmente, acusados de tentativa de sabotagem da Barragem Hidroeléctrica de Cahora Bassa os quatro estrangeiros detidos em Março passado em ligação com o caso. O facto foi confirmado à BBC pelo advogado dos indiciados, Hermínio Nhantumbo.
Os indivíduos ora detidos continuam a protestar a sua inocência. Trata-se do mais recente desenvolvimento de um dos casos mais mediatizados das últimas semanas. Os quatro estrangeiros – um português, um alemão, um tswana e um sul africano – foram formalmente acusados, entre outros, de tentativa de sabotagem da Barragem de Cahora Bassa, na província de Tete.
Contra eles pesa a alegação de que um material, conhecido por orgonite, que foi surpreendido com o grupo a atirar para o rio Zambeze, sobre o qual está edificada a Barragem de Cahora Bassa, seria corrosivo. Outras acusações incluem contrabando e uma infracção administrativa. Os indivíduos ora detidos e formalmente acusados, insistem, no entanto, que a sua acção e presença em território moçambicano estariam simplesmente relacionadas com crenças sobre os poderes alegadamente especiais do produto em causa.
O advogado Hermínio Nhamtumbo, falando telefonicamente com o correspondente da BBC em Maputo, Eleutério Fenita, disse que é preciso esclarecer devidamente as coisas, e para isso confia na instrução contraditória.
“Não estou satisfeito com a acusação. Vou pedir a instrução contraditória e espero que, num curto prazo, venhamos a obtê-la, que é para ver se conseguimos trazer os quatro cá para fora. A minha pretensão é mostrar que não há matéria para que os meus constituintes continuem até agora presos! ” Disse o advogado dos quatro estrangeiros acusados de tentativa de sabotagem da Barragem Hidroeléctrica de Cahora, um dos principais pilares económicos e fonte de receita do Estado Moçambicano.
Caso os acusados sejam considerados culpados, poderão enfrentar penas, segundo um jurista, de 16 a 20 anos de prisão maior, conforme prevê a lei 19/91 de 16 de Agosto, que trata dos crimes contra a segurança do Estado.