Um protesto de adeptos de futebol que exigem punições a adeptos rivais e a policiais acusados pela morte de 74 pessoas num estádio paralisou ruas e uma ferrovia, esta Quarta-feira (23), no Cairo, Egito.
Um veredicto para esse caso é aguardado para o fim de semana, quando o segundo aniversário do início da revolução egípcia de 2011 deve mobilizar milhares de pessoas para protestos contra o actual governo de orientação islâmica.
Os adeptos do clube Al Ahly, que tiveram papel destacado na rebelião que derrubou o regime de Hosni Mubarak, realizaram um protesto silencioso em frente à Bolsa do Cairo, paralisaram os serviços numa estação central de comboio e interditaram uma movimentada ponte sobre o rio Nilo.
As operações da bolsa não foram afectadas pela manifestação. Escritas deixadas nos arredores alertavam para a reacção caso o veredicto judicial do próximo Sábado contra 61 réus fique aquém do que esperam os adeptos.
“26 de Janeiro: o custo do sangue é o sangue”, dizia uma. “26 de Janeiro: justiça ou caos”, eram os dizeres num adesivo numa parede.
O desastre de Fevereiro passado em Port Said aconteceu durante um jogo do Al Ahly contra o Al Masry, equipa local.
Muitos dos mortos foram pisoteados na confusão que se seguiu a uma invasão de campo por adeptos do Al Masry.
Os adeptos acusaram policiais de estimular o tumulto, como vingança pela participação dos adeptos do Al Ahly na revolução contra Mubarak.