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Desaceleração inflacionária pode levar mais tempo no país

A desaceleração da inflação em Moçambique poderá “levar muito mais tempo”, trazendo implicações adversas para o sector privado e para acções de combate contra a pobreza.

Este cenário é apontado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um dos principais riscos a serem registados em 2011 e a curto prazo, segundo o respectivo representante em Moçambique, Victor Lledó, estimando, entretanto, em 8% a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, contra 7,25% de crescimento económico real e inflação média de 9,5% a se registarem ao longo deste ano de 2011.

Entretanto, o Governo já aprovou o seu Plano Económico e Social (PES) de 2012 que estabelece um crescimento da economia moçambicana na banda de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação de 7,2%, no mesmo período, segundo o ministro das Finanças, Manuel Chang.

Para Lledó, até finais de 2011, o défice externo moçambicano da sua conta corrente estará em torno de 10 a 11% do PIB e as reservas internacionais líquidas confortáveis terão cobertura de cinco meses de importações.

Estratégia

Em termos de políticas e estratégias a médio prazo, o representante do FMI em Moçambique destaca a implementação de uma estratégia de crescimento inclusivo articulado no Plano para a Redução da Pobreza (PARPA) e demais estratégias sectoriais do Governo, promoção de uma base de exportação competitiva e diversificada, estímulo à produção e produtividade na agricultura com uso intensivo de mão-de-obra e implementação de acções de melhoria da gestão económica dos recursos naturais.

Fortalecimento dos sistemas de protecção social, criação do espaço fiscal para financiar o crescimento inclusivo, sustento de esforços de mobilização de receitas através do aumento da contribuição fiscal e desenvolvimento da capacidade de absorção e de gestão prudente de empréstimos públicos não concessionais são outros tipos de estratégias e políticas a serem desenvolvidas a médio prazo por Moçambique, segundo ainda o FMI.

As outras acções visam assegurar a ajuda externa em termos concessionais, desenvolvimento de acções para o melhoramento do sistema de gestão das finanças públicas por forma a maximizar a eficiência, transparência e focalização da despesa pública.

Quanto à recuperação económica, o representante do FMI em Moçambique disse que a mesma “foi facilitada pelo uso de políticas fiscais e monetárias contracíclicas adoptadas atempadamente”, indicou Victor Lledó, falando durante uma apresentação de projecções do FMI para 2011 e para os próximos anos, feita na Assembleia da República (AR).

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