A campanha de abate de crocodilos e recolha dos respectivos ovos ao longo do rio Zambeze, nas margens do distrito de Chemba, província central de Sofala, está a contribuir bastante para reduzir os ataques dos répteis a população humana.
A medida está a ser levada a cabo pelo Ministério da Agricultura (MINAG), através da Direcção Nacional de Terras e Florestas, em parceria com alguns operadores turísticos.
Em 2010, primeira fase da medida, foram abatidos, em apenas três dias naquele distrito, um total de 51 crocodilos e capturados 15 outros, além da recolha de 9600 ovos.
O processo, que decorre em determinadas épocas, contempla para este ano a recolha de mais de 15 mil ovos visando reduzir a multiplicação da espécie, que nos últimos tempos virou a maior causa do conflito Homem-fauna bravia na disputa de água naquele rio.
Nos últimos anos, a população de crocodilos na bacia do Zambeze registou, segundo o Jornal ‘Notícias’, uma grande evolução, porque não houve qualquer abate, captura ou recolha dos respectivos ovos.
Desta feita, o Zambeze se ficou altamente perigoso ao Homem, mas a acção em curso começa a ter impacto imediato traduzido na redução dos ataques aos humanos e prova disso é o registo de três casos em 2011, cujas vítimas contraíram ferimentos graves e ligeiros, resultando na mutilação de alguns membros.
A avaliar pela gravidade da situação, estão sinalizadas todas áreas propensas ao conflito Homem-fauna bravia numa extensão de cerca de 90 quilómetros nas margens do distrito de Chemba.
Nos ataques por crocodilos na região mesmo cães, cabritos, porcos e gado bovino não escapam quando se dirigem as margens do Zambeze para o abeberamento, situação mais preocupante durante os períodos em que a bacia regista a subida do nível hidrométrico.
Ao longo do Baixo-Zambeze, mormente nas margens dos distritos de Chemba, Mutarara, Caia, Morrumbala, Mopeia, Marromeu e Chinde, pode-se observar a população de crocodilos em plena luz do dia, numa extensão de aproximadamente seis metros de comprimento.