A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) continuará a investir cerca de 120 milhões de dólares norte-americanos anuais na expansão dos sistemas de abastecimento de energia eléctrica, bem como na melhoria da qualidade de fornecimento deste recurso em todo o país.
O facto foi revelado, quarta-feira, em Maputo, pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Manuel Cuambe, a margem da Reunião de Balanço das Actividades de 2010 que decorre na capital do pais e cujo objectivo fundamental é avaliar o desempenho da empresa durante o ano passado.
“O volume de investimento que a EDM faz anualmente, de fundos próprios, é de 60 milhões de dólares e depois tem vários apoios do governo e de parceiros de cooperação, totalizando uma média de cerca de 120 milhões de dólares americanos”, explicou Cuambe.
O PCA avalia positivamente as actividades realizadas pela EDM, em 2010, na medida em que conseguiu ligar à rede eléctrica nacional um universo de 181 mil novos clientes, o correspondente a um crescimento acima de 10 por cento comparativamente ao ano de 2009.
O feito positivo permite, por conseguinte, que 858 mil clientes estejam ligados a rede nacional e deste universo 78 por cento é do sistema “credelec”, serviço pré-pago, e a parte remanescente do sistema convencional. Para 2011, a EDM planeia ligar entre 140 e 150 mil clientes aos sistemas da empresa.
“A nossa perspectiva é continuar com a electrificação e ligação de mais sedes distritais com objectivo de, até 2014, termos todas elas ligadas a rede nacional”, reiterou Manuel Cuambe.
O sucesso da empresa, segundo Cuambe, fica a dever-se a excelente capacidade que os trabalhadores da EDM têm imprimido para assegurar a concretização das metas inicialmente estabelecidas, visando ligar 100 mil clientes que, curiosamente, foram superadas em 181 mil.
“O sucesso deveu-se, por um lado, aos investimentos adicionais que a empresa fez, mas, por outro lado, ao alto empenho que os trabalhadores tiveram para assegurar estas metas”, disse Cuambe.
No capítulo da qualidade do fornecimento de energia, a EDM esteve bem nas regiões norte e centro e, nesta última, na cidade da Beira, onde havia algumas dificuldades devido aos problemas das linhas bem como na subestação da Munhava.
Mas após a reabilitação que absorveu um pacote financeiro avaliado em 15 milhões de dólares norte-americanos e entre várias intervenções que contemplaram a subestação da Munhava, bem como a melhoria da qualidade da corrente na Beira, a situação estabilizou nos últimos três meses.
A fonte disse, por outro lado, haver um outro investimento em curso que consiste na construção de uma nova linha de 220 quilovolts entre a subestação da EDM em Chibata (Manica) rumo a Beira, para reforçar a capacidade, bem como a qualidade do fornecimento para a zona centro, em particular a zona da cidade da Beira.
Ainda em 2010, mais sete sedes distritais foram ligadas à rede eléctrica, nomeadamente Zumbo (província central de Tete), permitindo que todas as sedes desta estivessem electrificadas.
As sedes distritais de Sanga, Mecanhelas, Maúa, Metarica e Marrupa (província do Niassa no norte), engrossam a lista dos distritos recém conectados a rede nacional. Na mesma senda foram electrificadas as sedes distritais de Mocímboa da Praia, Macomia e Mueda (Cabo Delgado, no Norte) estas duas últimas nos princípios do ano em curso, elevando para 94 as sedes electrificadas, contra 87, em 2009.