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2013 em Retrospectiva: mês de Dezembro

2013 em Retrospectiva: mês de Dezembro

Para o mês de Dezembro em retrospectiva apura-se a última homenagem a Madiba por milhares de pessoas, o caso de a procuradoria processar o cidadão Nuno Castel-Branco, a conquista de Nampula por MDM, a execução de supostos homens da Renamo pela FIR em Murrpula e o anúncio dos pré-candidatos presidenciais da Frelimo.

Milhares de pessoas prestaram última homenagem a Madiba

Cerca de 4.500 pessoas prestaram a última homenagem a Madiba em cerimónia de Estado, decorrida a 15 de Dezembro, a que se seguiu o funeral privado, em Qunu, a sua terra natal. A cerimónia começou pouco depois das 8h00, na propriedade da família Mandela e foi marcada por honras militares, ritos Xhosa, um cântico religioso e pela entoação do hino nacional.

O evento durou mais de quatro horas e contou com discursos emocionantes da neta de Mandela, Nandi, de Jacob Zuma e de alguns dirigentes africanos. Após a cerimónia pública, Mandela foi homenageado pela família num ambiente restrito, sem cobertura jornalística e longe do olhar do público. Somente 450 pessoas assistiram ao enterro de Madiba que foi liderado por chefes do clã Thembu. O Chefe de Estado pediu aos sul-africanos para trabalharem juntos de forma a organizarem “cerimónias fúnebres dignas” para o pai da “jovem democracia”. A semana de luto nacional começou no domingo, com um dia de oração e reflexão.

“Apelamos ao nosso povo para que se recolha nas igrejas, nas mesquitas, nos templos, nas sinagogas e nas suas casas para rezarem, orarem, meditarem e reflectirem sobre a vida de Madiba e o seu contributo para o nosso país e para o mundo”, emocionado, apelou Jacob Zuma.

Procuradoria processa cidadão Nuno Castel-Branco

A Procuradoria Geral da República (PGR) ordenou a instauração de um processo-crime contra o académico Nuno Castelo Branco, por alegadamente ter proferido insultos à figura do Chefe de Estado, Armando Guebuza.

Com o número 53/13-B, o processo cuja ordem para instauração foi assinada pelo Procurador Geral da República, Augusto Raul Paulino, a 18 de Novembro passado, corre na Procuradoria da Cidade de Maputo e foram ouvidos ainda os jornais Canal de Moçambique e mediaFAX, que reproduziram a carta de opinião do professor universitário moçambicano.

MDM conquista Nampula

A cidade de Nampula passou, desde 01 de Dezembro, para as mãos da oposição. Oitenta porcento dos eleitores não foram votar e dos que optaram por exercer o seu dever de cidadania 60.62 porcento escolheram o candidato do Movimento Democrático de Moçambique. Contudo, os dados da CNE e do STAE publicados madrugada adentro indicavam, com 69 mesas contabilizadas, 54,52 porcento de votos a favor do candidato do MDM e 40,56 em prol de Adolfo Siueia.

A contagem paralela do @Verdade consultou 137 mesas e constatou que a vitória do candidato do MDM foi mais expressiva: 60.62 porcento. Filomena Mutoropa, do PAHUMO, obteve 4,92 porcento e Mário Albino, da ASSEMONA 1,16.

Ao contrário dos outros pontos do país onde a oposição venceu, no contexto autárquico, na capital do norte não foi preciso derramar sangue para vingar a vontade expressa nas urnas. Os poucos residentes da urbe que votaram (menos de 15 porcento) não ficaram ao redor dos postos de votação à espera do resultado. Nessa perspectiva, os polícias empenharam-se em estorvar o trabalho da imprensa.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmou a vitória do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e do seu candidato, Mahamudo Amurane. O MDM venceu com 28,994 votos, equivalentes a 51 por cento, e Mahamudo Amurane foi eleito com 30,110 votos, correspondentes a 53,84%.

FIR executa supostos homens da Renamo em Murrpula

Três indivíduos, supostamente homens armados da Renamo, foram vítimas de uma execução sumária perpetrada pelos agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), nas matas do povoado de Nthipuehi, localidade de Gazuzo, distrito de Murrupula, a 70 quilómetros da cidade Nampula. Domingos Talapua, sobrevivente da operação macabra, conta que foram recolhidos para as celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, após terem sido surpreendidos por um grupo de membros do policiamento comunitário, em Mogovolas, a praticar caça furtiva.

O nosso interlocutor conta que, depois de vários interrogatórios, foram de imediato encaminhados para o posto policial de Iuluti, onde permaneceram encarcerados durante a noite de terça-feira. No dia seguinte, foram transferidos para as celas do Comando da PRM na cidade de Nampula. Refira-se que este cenário, testemunhado pelo @Verdade, vem confirmar a denúncia da Liga dos Direitos Humanos referente ao fuzilamento de cidadãos tidos como homens da Renamo.

Anúncio dos pré-candidatos presidenciais da Frelimo

A Comissão Política do partido Frelimo irá propor ao Comité Central os nomes do actual Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, e dos ministros da Agricultura e da Defesa, José Pacheco e Filipe Nyussi, respectivamente, como pré-candidatos à sucessão de Armando Guebuza nas eleições gerais de Outubro de 2014. A escolha destas três figuras do partido como presidenciáveis aconteceu durante a 21ª Sessão Ordinária da comissão política, realizada no dia 11 de Dezembro, na cidade de Maputo.

Um deles será o candidato da Frelimo nas eleições gerais de 2014 e terá como adversários Daviz Simango, o presidente do Movimento Democrático de Moçambique, e Afonso Dhlakama, líder da Renamo. Sobre este último, a sua participação ainda não é certa uma vez que o seu partido diz que não irá fazer parte de nenhum pleito organizado à luz da actual legislação eleitoral, o que sucedeu nas autárquicas de 20 de Novembro.

Refira-se que o actual chefe do Estado está a cumprir o seu segundo mandato consecutivo, o que significa que já não se pode candidatar a um terceiro, segundo a Constituição da República. Entretanto, independentemente de quem quer que seja escolhido, pela primeira vez o partido Frelimo terá um candidato não originário da zona sul do país, pois Alberto Vaquina, Filipe Nyussi e José Pacheco são das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Sofala, respectivamente.

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