O distrito de Zumbo, província central de Tete, passará a receber brevemente energia eléctrica puxada da Zâmbia, mercê de um acordo alcançado entre as autoridades dos dois países para o fornecimento da corrente àquele ponto do território moçambicano. Para o efeito, decorrem os trabalhos de implantação dos postes da linha de transporte da corrente num total de 42 unidades só do lado moçambicano, que irão perfazer os 15 quilómetros do percurso entre a sede distrital (Zumbo sede) e a subestação de Luanga, em território zambiano.
“Os trabalhos de colocação dos postes da linha de transporte da corrente estão a decorrer, embora com um pequeno atraso, porque o material tem de vir da África do Sul para Maputo, depois transportado para Tete, donde segue para Cahora Bassa e, de batelão, levado até ao Zumbo”, explicou a AIM Tito Magaço, Secretário Permanente do distrito. Contudo, Magaço, que não revelou o montante envolvido, promete que tudo está a ser feito para que, até Novembro, o poste possa “parir a luz” e acabar com as noites escuras no Zumbo e, quiçá, trazer um novo alento na vida económica dos residentes daquele distrito longínquo e montanhoso.
O distrito de Zumbo, a 520 quilómetros da cidade de Tete, tem uma população calculada em 57.300 habitantes, segundo dados do último senso populacional, e o fornecimento da corrente eléctrica é feito com base num gerador que alimenta apenas 83 residências, embora tenha a capacidade de alimentar 100 casas. Porém, a conclusão do projecto de electrificação a cargo da empresa “Siemens” vai, segundo Magaço, elevar para pouco mais de 400 o número de consumidores e outros interessados em desenvolver actividades de geração de renda, mas que sem energia não seriam factíveis.
Aliás, basta referir que uma das grandes potencialidades do distrito de Zumbo é a pesca artesanal, onde os pescadores tiram das águas da Bacia Hidrográfica do Zambeze um pescado de alto valor proteico e bastante apreciado por uma grande maioria dos residentes do distrito. As autoridades dos dois países estão ainda em discussão sobre as modalidades de fornecimento da corrente eléctrica àquele distrito, porque na Zâmbia o mesmo tem uma interrupção no período que vai das 12 as 15 horas, sendo que as consultas visam identificar o modelo ideal para o lado moçambicano.
Fernando de Sousa, Administrador do distrito, disse, contudo, que não importa a interrupção diária do fornecimento da corrente mas sim a sua chegada, porque irá aliviar o sofrimento provocado pela falta de combustível para alimentar o gerador que garante a iluminação das 18 as 22 horas apenas.
O gerador consome uma média de 10 litros de diesel por hora, o que quer dizer, para alimentar a vila durante 24 horas seriam necessários 240 litros, quantidade que, segundo Sousa, é bastante onerosa para o distrito além das implicações associadas ao transporte desse mesmo combustível.