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Governador da Zambézia agastado com o tribunal que solta bandidos

O Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, lançou duras críticas ao tribunal e ao juiz de instrução criminal em Quelimane, a capital provincial, por soltura de supostos bandidos que, nos últimos tempos, aterrorizam aquele ponto do Centro de Moçambique.

“Os gatunos roubam, violam pessoas, cometem diversos crimes e depois pagam caução e saem”, afirmou Itai Meque, acrescentando que “se o Comandante provincial da Policia fosse fraco, esta semana a população estaria a sofrer de novo”. Itai Meque assim se pronunciou durante uma sessão do governo distrital e da cidade de Quelimane, no âmbito da visita de trabalho que efectua aquela região.

O jornal “O País”, editado em Maputo, escreve, na sua edição da quarta-feira, que, última Sexta-feira, o juiz de instrução criminal em Quelimane mandou soltar quatro supostos cadastrados, mediante o pagamento de caução, para além do tribunal invocar falta de matéria criminal para a detenção dos mesmos.

Porém, apercebendo-se da retirada daqueles supostos bandidos, o Comandante Provincial da PRM, Lourenço Catandica, recolheu-os para as celas, de forma a garantir a ordem e segurança públicas, posição efusivamente aplaudida pelo governo provincial.

Por seu turno, Ernesto Serrote, Portavoz do Comando Provincial da Policia moçambicana (PRM) na Zambézia, disse que após terem sido soltos, proferiram palavras ofensivas aos membros da corporação, chegando mesmo a afirmar que “neste pais quem tem dinheiro não sofre”.

A fonte ressalvou que esta situação não deve ser entendida como se tratasse de um desafio ao tribunal. “Sabemos que o pagamento de caução é matéria de lei, mas também achamos que é preciso ter em conta a perigosidade do indivíduo na sociedade”, acrescentou a fonte.

Quelimane tem estado a viver momentos de terror devido ao nível crescente de crime nos últimos três meses. Quadrilhas munidas de armas de fogos e catanas têm perpetrado assaltos durante a calada da noite em residências e na via pública, o que deixava a percepção de que a polícia perdeu o controlo da urbe, no que tange à ordem e segurança públicas.

Nos assaltos a residências, os malfeitores espancam os homens e, não raras vezes, violam sexualmente as mulheres. Face a esta situação, a polícia reforçou a estratégia de combate ao crime e conseguiu colocar nas celas diversos grupos altamente perigosos, compostos por jovens que até confessaram o seu envolvimento em acções criminais.

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