A Província da Zambézia, Centro de Moçambique, possui um potencial de terras aráveis de cerca de oito milhões de hectares, mas apenas explora, para fins agropecuários, cerca de 1,3 milhão de hectares, o correspondente a 16,4 por cento das suas potencialidades.
Este facto ocorre numa altura em que a actividade agrária constitui a alavanca da Revolução Verde. Esta província, segundo um informe do Governo provincial apresentado ao Presidente Armando Guebuza, no âmbito da sua visita de cinco dias a esta região do país, iniciada no passado dia corrente mês, possui ainda um potencial de cerca de 416 mil hectares de terras irrigáveis, mas que apenas 12.581 é que possuem infra-estruturas de rega.
A fonte refere ainda que a província registou durante a campanha agrícola 2009/2010 um decréscimo na produção de cereais na ordem de 21,4 por cento, devido a fraca precipitação pluviométrica que resultou na perca de 119.283 hectares e 332.900 toneladas de cereais, particularmente o milho e o arroz, nos distritos de Maganja da Costa, Chinde, Morrumbala e Mopeia.
De forma geral, segundo o informe cuja cópia a AIM teve acesso, a produtividade média anual aumentou de 2, 65 toneladas por hectare, na campanha 2008/09, para 2,74 toneladas por hectare, na de 2009/10.
Foram factores que pesaram para esta situação a realização de seis feiras agrícolas beneficiando 5.146 produtores, distribuição de 938, 6 toneladas de semente melhorada, o aumento do preço dos produtos agrícolas, e a introdução de 146 juntas de tracção animal e mecânica.
Nesta última componente foram introduzidas 20 motocultivadoras. Um outro aspecto que ocorre negativamente, na área agrícola, é o decréscimo da produção do algodão devido a retirada ou desistência de alguns camponeses na prática desta cultura de rendimento.
Contudo, eles não abandonaram, em definitivo, a agricultura, estando a concentra-se no cultivo de gergelim e feijão bóer, dado ao preço aliciante praticado no mercado que supera ao do algodão.
Zambézia, uma província com cerca de 4,2 milhões de habitantes, goza de vantagens comparativas nas culturas de milho, arroz, mandioca e feijão.
