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Xiconhoquices do ano: Diálogo Governo e Renamo; Assassinato do constitucionalista Gilles Cistac; Serviço público da TVM e RM; Actuação da PRM

Xiconhoquices da semana: Novo Regulamento de Transporte em Veículos Automóveis; Passaporte falso de Nini sem falsificadores; Campanha eleitoral da Frelimo

Os nossos leitores elegeram como as maiores Xiconhoquices do ano de 2015:

Diálogo Governo e Renamo

O diálogo entre o Governo de turno e a Renamo tornou-se num clube de amigos que se encontravam, uma vez a outra, para tomar café e colocar a conversa em dia, pois não se soube ao certo o que se andou a negociar entre a Renamo e o Governo da Frelimo. Na verdade, os pontos levados a diálogo pareciam todos resolvidos. Mas as delegações negociais mantiveram o braço-de-ferro no debate relacionado com o desarmamento e a integração dos homens armados da Renamo nas Forças Armadas de Defesa e Segurança. O partido de Afonso Dhlakama insistia na aprovação prévia do modelo de integração dos seus homens armados residuais como condição para entregar as suas listas. A delegação do Governo defendia que a direcção e a chefia no sistema moçambicano têm como base o princípio da meritocracia. O teatro terminou e até hoje não se sabe o que foi acordado.

Assassinato do constitucionalista Gilles Cistac

A morte do constitucionalista moçambicano, Gilles Cistac, no Hospital Central de Maputo (HCM), para onde foi levado em resultado de ter sido metralhado, defronte de um café no bairro da Polana, é um sinal claro de um de sociedade infestada de criminosos e na rota da decadência. E, também, com toda a intolerância política que impera, fomentada pelo regime, que até mobiliza gente pouco esclarecida para se dirigir ao povo, através nos meios de comunicação social que funcionam com base nos nossos impostos, para propalar ideias pré-fabricadas e que distorcem a verdade, era previsível que Cistac seria reprimido de qualquer forma. Directa ou indirectamente. Entretanto, o que não se esperava é que a vítima fosse morta, de forma selvática, como se fosse um perigoso cadastrado. Com o Cistac abatido, aqueles que não toleram ouvir opiniões diferentes nem aprender com os que sabem um pouco mais, vão morrer da sua ignorância.

Serviço público da TVM e RM

A Televisão de Moçambique (TVM) e da Rádio Moçambique (RM) são exemplos bem acabados de péssimo serviço público que prestam ao povo moçambicano que com muito suor pagam os impostos, pelo facto de escolherem de forma deliberada o que lhes apetece noticiar. Custeados pelo dinheiro público para levar serviços de informação com zelo, profissionalismo e, acima de tudo, imparcialidade, estes supostos órgãos de informação públicos desdobram-se, sempre, a dar destaque aos eventos do partido Frelimo. A título de exemplo, em 2015, a TVM e RM deram particular destaque ao evento da liga feminina do partido no poder, a OMM, e ignorou o da liga feminina da Renamo. G-40 Os 40 parladores banais, conhecidos por G-40, cujas funções são exclusivamente ajeitar a gravata do Presidente da República e defender ideias nada abonatórias, estiveram em peso na Rádio Moçambique (RM) e Televisão de Moçambique (TVM). Com os seus comentários vazios e cheios de frases comuns, aqueles indivíduos especialistas em demagogia destilaram toda a sua ignorância. Os indivíduos são, na verdade, um perigo para a democracia. O mais preocupante é que lhes é permitido desenvolverem as suas actividades de bajulação nos órgãos de informação públicos, que promovem programas informativos em defesa do partido no poder.

Actuação da PRM

A Polícia da República de Moçambique (PRM) continua igual a si própria e parece que trabalha em função da dimensão dos problemas que enfrenta no seu dia-a-dia. A pequenez desta força da Lei e Ordem chega a irritar, sobretudo quando procura justificar a sua incapacidade com a falta de pistas para deter aqueles indivíduos que em plena luz do dia assassinam gente aparentemente inocente. O que indigna e chega a constituir uma aberração é o facto de, constantemente, a nossa Polícia dizer que tem pistas dos criminosos e está no seu encalço, mas nunca divulga o relatório final das suas investigações, como também não apresenta os verdadeiros bandidos. O que tem sido praxe na Polícia é a detenção dos pilha-galinhas. Aqueles que assassinam e cometem tantos outros delitos monstruosos continuam livres e aptos para novamente fazerem vítimas. Siba-Siba Macuácua, Gilles Cistac, Paula Machava, Vicente Ramaya, Paulo Estevão Daniel (“Dangerman”) e Inlamo Ahamada Ali Mussa são apenas alguns irmãos mortos e não se sabe por quem. Que investigações, afinal, a Polícia de Investigação Criminal (PIC) anda a fazer? Vale a pena continuarmos a confiar na Polícia para esclarecer este tipo de casos ou devemos preparar-nos para também morrer precocemente?

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