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Xiconhoquices da semana: Qualidade das obras públicas; Falta de apoio à selecção feminina de basquetebol; Entraves a recolha de assinaturas para candidato do MDM

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:

Qualidade das obras públicas

“Na província de Nampula, dos pouco mais de quatro mil quilómetros de estradas existentes, 1.667 estão em péssimas condições de transitabilidade, 105 quilómetros são intransitáveis por nunca terem beneficiado de reabilitação, 1.322 são razoavelmente transitáveis e 919 quilómetros encontram-se em bom estado, segundo a Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação”, lê-se no sítio de Internet do Jornal @Verdade.

A crise no sector das Obras Públicas é grave. O estado de transitabilidade das vias no país é uma lástima. Mas isso não é tudo. A Julius Nyerere, em Maputo, é uma vergonha do tamanho do país. Foi reabilitada ontem e hoje já tem enormes crateras, o que demonstra, de forma inequívoca, que andamos a brincar com dinheiros públicos.

O Largo do Minho, na Malhangalene, está a ser reabilitado com um orçamento de 62 milhões de meticais. Nem é propriamente uma empresa que trabalha nas obras, mas simples ajudantes de pedreiros que se encontram em qualquer esquina. O pior é que qualquer pessoa sensata compreende que ali não há obra que ultrapasse os três milhões de meticais. Xiconhoquice…

Falta de apoio à selecção feminina de basquetebol

Através da televisão, ficámos a saber que a selecção feminina de basquetebol precisa de 32 milhões de meticais para participar no “Mundial” da modalidade na Turquia. Na mesma ocasião também ficámos a saber que ainda não existe o montante necessário. Com efeito, trata-se de muito dinheiro num país com problemas básicos de saneamento do meio e até de falta de medicamentos essenciais. No entanto, esse discurso cai por terra quando olhamos para o país como um todo.

Ou seja, quando percebemos que há gente que vive à grande e à moçambicana neste rochedo à beira-mar. O custo mensal de combustível do Tribunal Administrativo (TA), fixado em um milhão de meticais, poderia ajudar significativamente. Num ano o TA gasta 12 milhões de meticais em combustível, valor que representa a terceira parte do montante necessário.

A casa de Mulémbwè, nas bandas do Mercado do Peixe, também custou esse dinheiro. Portanto, a desculpa de que não há dinheiro e de que há prioridades é estúpida. Um país que compra Mercedes e aluga residências por 30 mil dólares/trimestre não pode alegar falta de dinheiro para garantir uma participação condigna de uma selecção que representa 22 milhões de habitantes. O contrário é Xiconhoquice…

Dificuldades criadas pela Polícia e notários para a recolha de assinaturas da candidatura de Daviz Simango

“O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusa os serviços de notariado da cidade de Maputo de estarem a obstruir o processo de reconhecimento dos documentos dos proponentes do seu candidato à Presidência da República, Daviz Simango. Segundo Justino Mondlane, membro da Assembleia Municipal de Maputo, pela bancada do MDM, e que está a tratar do processo de recolha e reconhecimento de assinaturas dos proponentes, na cidade de Maputo, os serviços de notariado dizem que os documentos dos referidos cidadãos não bastam pois estes têm de estar presentes no acto”, lê-se no sítio do Jornal @Verdade na Internet.

Tal situação, é bom que se diga, revela duas coisas. A primeira é que a Frelimo é nefasta ao próprio Estado, uma vez que as fronteiras entre esta e os órgãos estatais desapareceu em função da sacanice do partido. A segunda é que os próprios cidadãos já não sabem que o Estado é maior do que qualquer formação partidária.

Uma grande canalhice. O drama é que não são apenas os serviços de notário que dificultam a recolha de assinaturas. Alguns animais, disfarçados de agentes da lei e ordem, impedem tal recolha. Um claro e gravoso pontapé na democracia e na liberdade de escolha. Ou seja, uma Xiconhoquice de proporções oceânicas para dificultar o exercício político de uns em benefício de apenas um partido. Com episódios do género é compreensível que a Renamo fale de paridade em tudo.

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