Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Partidos que não conseguiram recrutar MMVs
Custa-nos acreditar que a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que se vangloriam de serem organizados, não conseguiram recrutar Membros das Mesas de Voto (MMVs) para o processo eleitoral da passada quarta-feira (15/10). Esta situação, considerada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) como um dos aspectos negativos que marcaram o escrutínio em alusão, é uma prova inequívoca de que a oposição não cresceu em termos de organização. É assim que pretende governar o país? E com que fundamentos os referidos partidos irão reclamar do roubo de votos e da existência de outros ilícitos eleitorais? Descaradamente, Lutero Simango, chefe da bancada parlamentar do MDM, em conferência de imprensa, acusou o director do STAE de ter difundido informações não reais, supostamente porque os documentos dos quais constam os nomes dos MMVs mobilizados pelo seu partido foram entregues àquela instituição atempadamente, mas houve demora no processo de emissão de credenciais. Estas xiconhoquices repetiram-se um pouco por todo o país, mas os nossos leitores acham que um partido sério e com seis anos de existência devia ter sabido contornar o problema.
Incineração de boletins de voto a mais pela Comissão Provincial de Eleições da Zambézia
Pela segunda vez consecutiva, este assunto consta de uma das nossas categorias ridículas, a xiconhoquice. À luz da deliberação número 79/CNE/2014, de 06 de Outubro, a Comissão Provincial de Eleições na Zambézia procedeu à incineração dos boletins de voto que tinham sido extraviados no cruzamento de Inchope, na província de Manica, há dias, e que eram transportados para Pebane, na Zambézia. O acto decorreu na lixeira municipal de Quelimane e visou garantir transparência no processo eleitoral. Quem dirigiu a destruição foi o vice-presidente do STAE, António Chipanga, membros dos partidos políticos, observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), União Europeia (UE) e do Eleitoral Institute for Democracy in Africa (EISA). Entretanto, os nossos leitores – sempre cépticos – disseram que têm dúvidas de que os 25 kits do material de votação tenham, realmente, sido destruídos na sua totalidade com vista a evitar-se o seu uso indevido. Quem conferiu o número de boletins de votos ora incinerados?
Pagamento antecipado de salários na Função Pública
Outubro será um mês inesquecível para aqueles funcionários públicos cujos salários caíam atrasados nas suas contas bancárias. É que o Governo da Frelimo antecipou o vencimento como forma de mobilizar os trabalhadores em causa a votarem no partido no poder e no seu candidato. Que grande xiconhoquice! Bem hajam as eleições! Mas quando é que o Executivo vai pagar as horas extras dos professores e de funcionários de outros sectores, que há anos estão à espera de ver esse direito cumprido? Quando é que o Governo vai criar condições para que os docentes deixem de trabalhar em situações deprimentes? E em que data as reclamações dos médicos e demais profissionais da Saúde vão ficar para a história? Eis as perguntas dos nossos leitores. Estes, também, perguntam demais. Parece que eles gostam de ver o Governo acometido pelos nervos à flor da pele. Os nossos leitores alegam ainda que ouviram, por aí, alguns cidadãos a murmurarem o seguinte: “Se o Governo e a Frelimo pensam que nos vão convencer com um salário pago antes da data prevista para o feito está engando. Nos últimos 10 anos os nossos vencimentos foram pagos com atraso e ninguém quis ouvir as nossas inquietações. Esperamos que o próximo Governo não se comporte desta forma”.