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Xiconhoquices da semana: FIR; Abandono; A pressão da cobardia

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. FIR

Os Xiconhocas não compreendem duas coisas: a primeira é que a Constituição consagra o direito à manifestação e a segunda é que a mesma não carece de autorização. Para justificar a sua arrogância e o desrespeito pela lei mãe, os Xiconhocas usam a Força de Intervenção Rápida (FIR) para intimidar e cercear os direitos de 22 milhões de moçambicanos.

Em tempos impediram de forma vil, bruta e desumana, os protestos dos seguranças da G4S. As imagens rodaram o mundo e mostraram, para quem quis ver, a podridão de uma força que não serve os cidadãos, mas os que se sentam na cadeira do poder e raptaram o país dos seus legítimos proprietários.

Nas primeiras horas desta terça-feira (19), a FIR movimentou os seus tanques anti-motim para as imediações do Circuito de Manutenção Física António Repinga, com o “intuito” de proteger o Gabinete do Primeiro-Ministro e voltou a usar a violência sobre os desmobilizados de guerra que tentavam manifestar-se pacificamente na capital de Moçambique.

A intenção dos desmobilizados de guerra foi barrada pela forte presença dos agentes da FIR e da Polícia da República de Moçambique (PRM) que chegaram a usar os seus bastões e gás lacrimogénio sobre os manifestantes, vários de idade avançada e outros do sexo feminino.

Segundo Hermínio dos Santos, apesar de os desmobilizados terem sido retirados do local compulsivamente pela FIR e escoltados para o terminal de transportes na baixa da cidade de Maputo, defronte do Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), não vão renunciar à luta pelos seus direitos, ainda que os Xiconhocas não permitam.

2. Abandono

As crianças da 1a e 5a classes matriculadas na Escola Primária de Tchaiane, no Posto Admi- nistrativo de Tchaiane, distrito de Nampula-Rapale, não estudam desde princípios do presente ano lectivo por terem sido “abando- nadas” pelos seus professores. É isso mesmo. Grande Xiconhoquice.

O Ministério da Educação não consegue tornar o local atraente aos novos professores que fogem de Tchaiane como o diabo da cruz. Ninguém quer leccionar naquele ponto do país e as vítimas, em última análise, são os petizes que permanecem abraçados pelas trevas do analfabetismo.

O facto curioso e intrigante foi reportado ao @Verdade pelos pais e encarregados de educação residentes naquela região da província de Nampula, cujos educandos não estão a ter aulas. Face à situação, aqueles receiam que os filhos enveredem por práticas negativas uma vez que ficam muito tempo sem ocupação escolar.

Isso é o que acontecerá futuramente e nessa altura ninguém dirá que uma das causas foi a falta de educação originada pela fraqueza de um ministério que não salvaguarda o seu bom nome. A Escola Primária de Tchaiane tinha somente dois professores que davam aulas a todas as turmas. Entretanto, na semana em que foi aberto o ano lectivo escolar, só leccionaram por pouco tempo e abandonaram as crianças.

Neste momento, algumas ocupam-se da machamba e outras da pastorícia, do negócio informal, dentre outros trabalhos que não sejam de instrução. Aquele estabelecimento de ensino não tem salas suficientes para a formação dos petizes. As que existem estão em avançado estado de degradação. As autoridades do Posto Administrativo de Tchaiane já informaram à Direcção dos Serviços da Educação, Juventude e Tecnologia do distrito de Nampula-Rapale sobre o abando- no dos meninos.

3. A pressão da cobardia

O Governo moçambicano “está a pressionar” a família do taxista moçambicano Emídio Macia a retirar a queixa contra as autoridades sul-africanas, para resolver a questão fora dos tribunais e optar por um advogado indicado pelo Executivo de Maputo.

A denúncia tem origem no escritório sul-africano de advogados que representa a família de Emídio Macia, que, recentemente, morreu após ter sido amarrado na parte traseira de um carro da polícia sul-africana e arrastado por 400 metros numa estrada alcatroada.

Um comunicado a que a agência Lusa em Maputo teve acesso indica que “representantes do Governo de Moçambique têm vindo a pressionar a família, de modo a revogar o mandato conferido aos procuradores Jurgens Bekker e Andrew Boerner e a não prosseguir uma acção cível contra o ministro da Polícia sem custos para a família”.

“A nossa empresa não recebeu qualquer co- municação do Governo moçambicano, ou dos seus representantes. O Governo moçambicano está ciente de que a nossa empresa está mandatada pela família Macia”, além de que “ignorou os nossos escritórios em todo este processo”, afirmam os advogados sul-africa- nos.

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