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Xiconhoquices da semana: DUAT para Anardarko e Eni em Palma; Compra de barcos; Jovens que… MDM

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

DUAT para Anardarko e Eni em Palma

O Governo moçambicano, que devia dar o exemplo, decidiu passar por cima da lei para acomodar os interesses de duas empresas associadas, nomeadamente Anadarko Moçambique e Eni East Africa S.p.A. O Governo cedeu o direito de ocupação de terras àquelas multinacionais para a construção de uma fábrica de gás natural liquefeito, no distrito de Palma, concretamente na aldeia de Quitupo, na província de Cabo Delgado.

Há indícios muito fortes de irregularidades graves na maneira como foi atribuída a licença de uso de terra às duas empresas. O mais ridículo é que há uma grande preocupação por parte do Governo de evitar que essas irregularidades sejam tornadas públicas.

 

Fala-se de reassentamento da população, mas o processo que está a ser propalado pelo Executivo e pelos investidores naquela parcela do país só pode acontecer quando a licença ambiental tiver sido concluída. E o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) confirma que ainda não existe nenhuma decisão de reassentamento e nem se sabe se o projecto vai ou não avançar porque não há licença ambiental, embora o Governo esteja a preterir esse princípio para favorecer, às pressas, os interesses dos investidores. É o cúmulo!

Compra de barcos

Por alguma razão – que até hoje desconhecemos – o nosso país encomendou a construção de 30 barcos, avaliados em 200 milhões de euros, às Construções Mecânicas da Normandia (CMN), em Cherbourg (noroeste de França). Não se justifica que um país onde dezenas de pessoas morrem de fome todos os dias se dê ao luxo de esbanjar avultadas somas em dinheiro em barcos para fins obscuros. Os moçambicanos tiveram conhecimento do assunto através do empresário libanês Iskandar Safa, proprietário dos estaleiros navais, que anunciou o facto na última segunda-feira.

A encomenda prevê a construção de 24 traineiras, três barcos-patrulha de 32 metros e outros três de 42 metros. O mais impressionante é que não houve nenhum concurso público, ou seja, o processo de compra não obedeceu a nenhum dos princípios básicos de transparência na gestão de bens públicos. Na verdade, num país onde a promiscuidade é o pão de cada dia não devíamos ficar espantados com situações desse género, não é?

Jovens que inviabilizaram o torneio do candidato do MDM

Um grupo de jovens, supostamente do partido Frelimo, inviabilizou a realização do torneio de futebol Silvério Ronguane no bairro Bunhiça na Machava, na cidade da Matola. Ronguane é candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) a presidente daquele município, e não se sabe o que terá motivado aqueles jovens a protagonizarem essa atitude vil. Não serão os efeitos colaterais dos famigerados 3-100? Rogamos para que estejamos equivocados.

A realização do torneio havia sido preparada há um mês como forma de massificar o desporto nesta zona. Mas aquele grupo de jovens entendeu que ninguém precisa de praticar desporto naquela bairro e decidiu pôr em marcha a Xiconhoquice por que ainda se rege. Não há dúvidas de que esses acéfalos terão agido movidos pela sua cegueira partidária.

Trata-se, na verdade, de intolerância política, de uma atitude indigna e de corar de vergonha toda a juventude moçambicana. Numa sociedade democrática como a nossa é obrigação de cada cidadão respeitar os direitos do outro.

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