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Xiconhoquices da semana: Dívidas avalizadas pelo Estado; Silêncio da PGR

Xiconhoquices da semana: Novo Regulamento de Transporte em Veículos Automóveis; Passaporte falso de Nini sem falsificadores; Campanha eleitoral da Frelimo

Os nossos eleitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Dívidas avalizadas pelo Estado

Não há dúvidas que vivemos num país anormal, pois não se justifica o facto de o Estado avalizar dívidas contraídas ilegalmente por um punhado de indivíduos cujo senso de economia é esbanjamento do bem público. O Governo de Armando Emílio Guebuza violou a Constituição, quando avalizou as dívidas contraídas pela Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e Proindicus junto de um banco suíço e outro russo. Fala-se ainda de mais duas dívidas contraídas ilegalmente. Que tipo de Estado nós temos? Que Estado é esse que avaliza dívidas que comprometem o futuro de todos os 25 milhões de moçambicanos? O mais caricato nessa história é que nenhum membro do Executivo veio explicar: quantos empréstimos foram contraídos, em que termos, qual o valor total da dívida externa, onde está o dinheiro, foi gasto na compra do quê, onde estão os bens adquiridos? A única coisa que sabemos, através da Imprensa internacional, é que o país está endividado até ao pescoço.

Aumento salarial

Os reajustes salariais anunciados pelo Governo moçambicano são um insulto à dignidade dos moçambicanos. O pão ficou 30% mais caro, a água subiu mais de 15%, a electricidade de má qualidade aumentou 15%, o preço da comida agravou-se em mais de 20%, porém o Executivo de Nyusi decidiu que o salário dos moçambicanos só vai crescer entre 4% e 12,5%. Quanta falta de sensibilidade! Os novos salários mínimos continuam a estar aquém das expectativas dos trabalhadores. Recorde-se que, desde a fixação do primeiro, não há nenhum registo de que, em algum momento, o salário mínimo cobriu, ao menos, metade das necessidades de alimentação dos trabalhadores moçambicanos. Mesmo com os reajustes anuais, o aumento não tem efeitos no orçamento doméstico, uma vez que o poder de compra dos consumidores tem vindo a agravar-se diariamente. Enquanto os trabalhadores moçambicanos lutam para ver o ordenado ajustado ao custo da cesta básica, os governantes levam uma vida principesca.

Silêncio da PGR

O silêncio cúmplice e a inércia da Procuradoria Geral da República (PGR) em relação aos principais causadores do problema financeiro que o país atravessa nos últimos dias é deveras revoltante. A PGR, na sua santa sapiência, continua a fazer ouvidos moucos diante dessa situação clamorosa. Não se entende o porquê de até então não terem sido chamados o ex-Presidente da República, Armando Guebuza, e o ex-Ministro das Finanças, Manuel Chang para prestarem declarações a respeito da dívida. Esse silêncio mostra claramente de que a Justiça neste país anda desactualizada, para além de ser feita apenas para os pilha-galinhas. Lembrem-se de que, aquando da carta aberta a Armando Guebuza, escrita por Nuno Castel-Branco, a PGR, qual virgem ofendida, correu para levar à barra do tribunal aquele cidadão moçambicano, sem que fosse preciso uma queixa. Agora nesse caso da dívida ilegal, de quem estão à espera?

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