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Xiconhoquices da semana: Diálogo de surdos e a morte de cidadãos indefesos; Camiões do lixo…

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Diálogo de surdos e a morte de cidadãos indefesos

Os ataques dos homens armados são, de qualquer ângulo de visão, uma Xiconhoquice. Nada justifica a morte de civis, mas nada mesmo. A Renamo, se assim quiser, pode atacar quartéis para pressionar a Frelimo, mas usar pessoas indefesas como escudo não se justifica. A ideia, dizem, é aumentar o círculo de segurança de Dhlakama.

Se a ideia é proteger o líder do partido como é que deixam que as Forças Armadas exibam os músculos no local onde foi proibida a livre circulação de pessoas e bens? Quando morrem civis porque não se reivindicam os ataques? O que o silêncio da Renamo, em relação aos mortos, quer dizer? Como é que ataques contra civis não fazem parte das agendas dos encontros entre a Frelimo e a Renamo? De que valem esses encontros se não servem para resolver a questão da livre circulação de pessoas e bens?

Será que estamos diante de um diálogo de surdos ou de um teatro do engano? A sétima ronda de negociações terminou sem acordo. Dizem-nos que a divergência reside na assinatura da acta em torno do pacote eleitoral. Se a Frelimo ganhou sempre as eleições de forma limpa o que lhe custa tornar o processo mais transparente? Temos de morrer por causa do pacote eleitoral?

Camiões do lixo alugados pelo município da Matola

Uma Xiconhoquice que vai custar nove milhões aos cofres do município da Matola. Ou seja, o edil interino vai alugar carros para resolver o problema do lixo naquela urbe. Um olhar desatento pode concluir que se trata de uma grande medida, mas para quem usa óculos com graduação anti-xiconhoquices não embarca nesse gasto irresponsável de dinheiro público.

Não podemos, contudo, afirmar que se trata de um esquema congeminado no esgoto da sacanice. No entanto, é algo que não cheira bem e que não pode, de forma alguma, livrar-se do rótulo de Xiconhoquice maior. O anúncio feito na televisão pública com pompa e circunstância visava, em última análise, mostrar um trabalho que assalta vergonhosamente o bolso do contribuinte.

Livrar-se de Nhancale, embora faltasse muito pouco para terminar o mandato, foi um golpe de sorte que deixou qualquer matolense feliz. Só que ninguém esperava que no seu lugar fosse colocada uma direcção igual ou muito mais incompetente.

Num período de seis meses alguém vai encaixar nove milhões de meticais para recolher lixo numa cidade que, de certeza, continuará tão porca como agora. Esse roubo premeditado será protagonizado por viaturas em segunda mão que podem ser encontradas em qualquer garagem da província de Maputo.

Com 300 mil dólares é possível adquirir, no Japão, pelo menos 7 carros iguais ou de melhor qualidade. Será que é necessário gastar dinheiro público de forma irresponsável e criminosa? Há com cada Xiconhoquice no país da impunidade…

“Penalização” aos médicos grevistas: Estão a alistar alguns no SMO

Quanto custa uma greve no país das xiconhoquices? O alistamento no Serviço Militar Obrigatório. É isso que acontece com os médicos que aderiram ao chamamento da Associação Médica de Moçambique. Uma das mensagens que recebemos dando conta da Xiconhoquice é clara: “No âmbito do Serviço Militar Obrigatório, estão a recrutar médicos recém-graduados e alguns grevistas em Sofala. Em Maputo existe uma lista de médicos a serem recrutados que inclui membros da Direcção da Associação Médica de Moçambique.

Há duas coisas que devem ser ditas. A primeira é que nenhum cidadão está isento de cumprir o serviço militar. Ou seja, ninguém está acima da lei. A segunda é que a forma e o momento escolhido para alistar os médicos levanta suspeitas e deixa transparecer a ideia de vingança pela greve. Um país não pode ser gerido dessa forma.

É perigoso e pode colocar em causa a nossa democracia. Portanto, o que torna este alistamento compulsivo uma Xiconhoquice é a intenção por detrás da acção. É o desejo de vingança que norteia o acto. Num país com défice de pessoal da Saúde é totalmente contraproducente privar a população de médicos por birra ou vingança.

O tempo que o médico vai levar a correr para pagar pela afronta de reivindicar direitos vai semear luto e a culpa será do Governo. Não se pode brincar com a saúde das pessoas para mostrar força. Isso não. É um crime hediondo e uma Xiconhoquice para adornar a folha de incompetências de quem manda no país de forma tão abjecta.

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