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Xiconhoquices da semana: Descontos, repressão e crime; 220 alunos devolvidos; A metáfora da polícia

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. Descontos, repressão e o crime:

Informações tornadas públicas pelo Magazine Independente, na sua edição da última terça-feira, dão conta de mais uma Xiconhoquice do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique. A instituição, sem aviso prévio ou consentimento, ordenou que fossem descontados 300 meticais no salário de cada agente da PRM. A desculpa, dizem, é ajudar as vítimas das cheias.

Essa situação gerou, segundo informa o jornal, uma onda de descontentamento. Os agentes da lei e ordem não con- cordam com o desconto pelo facto de o salário ser magro, mas sobretudo por ausência de um aviso prévio.

“Fomos descontados sem antes nos avisarem. Estamos a morrer de desespero com o nosso magro salário fixado em 3350 meticais. Para a categoria de guarda descontaram 300 meticais”, diz o Magazine Independente.

Na última terça-feira, a Força de Intervenção Rápida, armada até aos dentes, numa manifesta Xiconhoquice, impediu que os desmobilizados de Guerra exercessem um direito que a Constituição da República consagra.

Ou seja, a mesma polícia que é incapaz de suster a onda de crimes violentos e raptos que assolam o país reveste-se de um força brutal para reprimir cidadãos indefesos. Desta vez nem a Imprensa escapou da fúria dos homens que deviam proteger o cidadão.

A actuação macabra da polícia, pasme-se, foi saudada pelo Primeiro-Ministro. O pior, porém, saiu da boca do vice-ministro do Interior, José Mandra, que referiu que a violência foi legítima.

2. 220 alunos devolvidos:

Isso é Xiconhoquice do mais alto nível. Ou seja, 220 alunos que transitaram de ano, em 2012, afinal terão de fazer a mesma classe em 2013. São mesmo coisas de Maputo. Aliás, de Moçambique.

O Ministério da Educação diz que detectou erros na correcção de exames de 220 alunos da 10a classe na cidade de Maputo. Refira-se que 175 alunos foram dados como aprovados nas duas secções.

É, na verdade, um caso inusitado no Sis- tema Nacional de Ensino. O jornal “O País”, na sua última edição, apresenta uma história que revela o desespero de uma mãe.

Em Janeiro, a escola tratou de enviar os seus nomes para as outras instituições de ensino secundário pré-universitário, para efeitos de matrículas na 11a classe. Uns preferiram estudar fora da província de Maputo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a filha de Maria da Graça, que optou por estudar em Quelimane, capital da Zambézia, terra natal dos seus avós.

Para esta mãe, a notícia caiu como um estrondo e não pelo facto de a filha não ter preenchido os requisitos para fazer a classe subsequente. Não é isso que está em questão, mas os prejuízos causados pelo erro do MINED. A Xiconhoquice é mesma essa. Quem vai comprar os livros e ressarcir o investimento feito este ano?

3. A metáfora da polícia:

As esquadras e os postos policiais da província de Nampula, Norte de Mo- çambique, estão deveras degradados. Algumas esquadras já estão com o tecto a ruir e quando chove trabalha-se à rasca devido à infiltração de água. Na verda de, o estado dos edifícios reflecte o da própria corporação: decrépita e a meter água por todos os lados.

A governadora desta província, Cidália Chaúque, visitou o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), as instalações do Serviço dos Bombeiros, da Policia de Investigação Rápida (PIC), da Força de Intervenção Rápida (FIR), da Direcção de Identificação Civil (DIC), dos Serviços Provinciais de Migração e a 1a e 3a esquadras e ficou desiludida com as condições deploráveis em que se encontram. Isso só pode ser brincadeira de muito mau gosto.

A governadora devia ter vergonha na cara e deixar de enganar terceiros. O que ela esperava encontrar? Disse que a 3a esquadra, com o tecto a cair aos bocados, e a DIC, por exemplo, precisam de uma reabilitação urgente, havendo um plano nesse sentido. Porém, não avançou datas para a sua concretização.

Haja lata e pachorra para atu- rar Xiconhoquices. Não chega reabilitar o edifício, minha senhora, é preciso formar o homem também. A esquadra só reve- la, da pior forma, o estágio dos recursos humanos…

Redacção

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