Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Jovens que se aproveitaram do “Afrobasket” para fins políticos
No país das Xiconhoquices não aconteceu nada de novo, salvo as Xiconhoquices que cobrem o solo desta bela pátria de heróis. Houve o Afrobasket, mas isso também não é algo novo. Ficámos em segundo lugar, o que também não é novo. Ainda assim estamos de parabéns. Aliás, as meninas e a equipa técnica estão de parabéns. Também não nos podemos esquecer dos heróis que trabalharam no anonimato para que o sonho de um título africano fosse quase possível.
A prova não podia chegar ao fim sem que os Xiconhocas tentassem tirar partido do facto de os moçambicanos que residem em Maputo convergirem para o pavilhão do Maxaquene. Os jovens que, nesta altura, deviam abraçar a rebeldia e o inconformismo para justificarem o vigor da idade, andaram em sessões de campanha no recinto da competição. A Xiconhoquice, diga-se, foi tão violenta e cobarde que, vezes sem conta, foram apupados pelo inteligente e maravilhoso povo moçambicano.
O desporto, camaradas, nunca foi uma passarela para a política pedante desfilar as suas ossadas. Há coisas mais importantes na vida do que a propaganda. Aliás, a própria propaganda deve ser feita com rigor e profissionalismo. Xiconhoquice é confundir o espaço da unidade com a particularidade. Nem a Frelimo e nem o MDM são maiores do que a nossa moçambicanidade.
Lapso (ou não) do PR na ONU
É difícil acreditar que tenha sido um lapso. Não cabe na cabeça de qualquer indivíduo, com dois dedos de testa, que o Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, tenha cometido um lapso na ONU. Não é possível, mas não é possível mesmo. Guebuza é famoso pelo rigor na disciplina. É extremamente metódico. Essas características da sua personalidade revelam que não é possível que um lapso, na redacção do documento, tenha traído um Presidente tão experimentado nas lides de governação.
Suponhamos, apenas isso, que tenha sido um erro de digitação. Uma vez que o cinco está ao lado do quatro no computador, é bem provável que a pessoa encarregada de redigir o texto tenha cometido, sem perceber, tal erro. Também pudemos supor que o responsável superior hierárquico tenha lido e passou pelo 2015 e não reparou. Acontece e é até normal, mas até o documento chegar ao Presidente da República deve ter passado por várias pessoas.
A Xiconhoquice reside neste facto. Várias pessoas leram um documento e nenhuma compreendeu que estava lá um erro crasso. Não é possível. Talvez tenha sido sabotagem. O Presidente tem inimigos no seio da sua própria equipa de trabalho. É uma hipótese que não pode ser descartada levianamente. Mas também podemos estar diante da revelação de um desejo inconfessável. Porém, de todos os modos estamos diante da maior Xiconhoquice do presente quinquénio.
Cortes no subsídio para idosos
Celebrou-se, nesta terça-feira, o Dia Internacional do Idoso. Entretanto, os idosos do distrito de Báruè, na província de Manica, queixaram-se de cortes nos seus subsídios mensais atribuídos pela Delegação do Instituto Nacional de Acção Social (INAS).
João Singano, ancião residente no bairro Sabão, questionou o facto de, num período de dois meses, cada casal de idosos receber 640 meticais em vez dos 1000 meticais previstos. Aliás, há quem aufira 250 meticais/mês.
Sobre este caso, o delegado do INAS em Báruè, Armando Tangai, explicou que a atribuição do subsidio social básico é feita de acordo com a composição do agregado familiar. Qualquer coisa não foi bem contada nesta Xiconhoquice. O mesmo aconteceu em Xigubo quando @ Verdade visitou o distrito. Alguém, dizemo-lo de ciência certa, anda a comprar blocos com o dinheiro dos idosos de Báruè. Não temos dúvidas. Aliás, isso até é normal no país campeão mundial das sacanices…
