Os nossos eleitores escolheram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Atribuir tachos a jornalistas
Aconteceu uma coisa susceptível de ser interpretada como uma autêntica promiscuidade entre a política e os órgãos de comunicação social que deveriam fazer jornalismo. Como agradecimento pela imparcialidade demonstrada durante a cobertura da última campanha para as eleições gerais, com o intuito de fazer com que as promessas falsas parecessem verdadeiras aos olhos e no imaginário do povo, o Presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou Arsénio Henriques, ex-jornalista do grupo Soico, para o cargo de adido de imprensa! Foi, afinal, esta vassalagem que Filipe Nyusi, contestado pela oposição por o partido de que provém ser acusado de roubo de votos, prometeu ao jovem. Por isso este protagonizou todo aquele espetáculo barato por via da televisão aquando das eleições? Emília Moiane, da nossa TVM, também mereceu a gratidão promíscua de Nyusi.
Endividamento do Estado
O Estado moçambicano contraiu um empréstimo junto do Banco Mundial de 421,9 milhões de meticais para financiar a problemática Empresa de Transportes Públicos de Maputo, em 2013, e uma outra dívida estimada em cerca de 2.946,1 milhões de meticais para subsidiar o preço de combustíveis. E porque isto não era suficiente, foi contraído um outro empréstimo de 1.804,1 milhões de meticais (indica a Conta-Geral do Estado de 2013 para ser apreciada pela Assembleia da República numa das suas próximas sessões ordinárias), para financiar obras de construção de edifícios. Que Estado é este que faz empréstimos de dinheiro para fins supérfluos? Quem, no Governo, está interessado em deixar uma geração futura endividada? Será que é preciso haver ciência para se perceber a inconveniência de pedir emprestado dinheiro para financiar uma firma que mal consegue prover as suas próprias receitas sem ajuda de terceiros, apesar de prestar um serviço público?
Demolições na Matola
Há dias, a edilidade da Matola procedeu à demolição compulsiva de estabelecimentos comerciais edificadas ao longo das valas de drenagem, para permitir a reactivação do sistema de escoamento da água da chuva. Esta acção é benéfica para evitar estragos nos dias de precipitações, mas, tendo sido o próprio município a autorizar a edificação daquelas instalações, devia haver compensação. Quando o Conselho Municipal da Matola deu o aval para que se erguesse mfábricas e outros estabelecimentos por cima de canais por onde a água das chuvas deveria ser escoada para o mar com vista a não criar dramas, em diversos bairros tais como Nkobe, Tsalala, Liberdade, Fomento, Machava, Khongolote e Bunhiça, ninguém previa os problemas que hoje estão na origem das destruições? Afinal, para que serve o pelouro de Obras Públicas e Infra-estruturas nas edilidades? O povo está a pagar salários a um bando de incompetentes que só cometem xiconhoquices?