Os nossos leitores elegeram os seguintes Xiconhocas na finda:
PIC e PRM em Nampula
No sábado (11), no bairro de Namicopo, na cidade de Nampula, um agente da Polícia de Investigação Criminal (PIC), à paisana, disparou premeditadamente contra a cabeça de um cidadão identificado pelo nome de Tchitcho, de 22 anos de idade, que caiu sem vida no local. Afinal, a PIC tem a missão de para matar ou de investigar? A Polícia da República de Moçambique (PRM) naquele ponto do país não se pronunciou sobre as responsabilidades dos seus colegas em relação ao cidadão morto e à sua família. O caso foi literalmente ignorado e, como se isso não bastasse, a vítima é acusada de fazer parte um grupo de ladrões perigosos. Que vergonha acusar um cadáver? A população manifestou-se contra este acto e as autoridades responderam com gás lacrimogéneo e balas de borracha. Na segunda-feira (13), no bairro de Marrere, a Polícia matou outro cidadão que supostamente pertencia a uma quadrilha de gatunos. É nesta força policial que o Estado investe para nos proteger?
Filipe Nyusi
Senhor Presidente da República, perdoa-nos por recorreremos a este meio para lhe atribuirmos uma categoria que não seja do seu agrado, a de xico-mor, por razões óbvias. Nós o povo, seu patrão, nós que o colocámos no poder, não gostámos de saber que usou meios do Estado para se dirigir a um encontro da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), que na verdade é um agrupamento de jovens da Frelimo. Se Sua Excelência tivesse agido dessa forma para levar a cabo a sua Presidência aberta em Gaza não haveria nenhum problema, até porque já estamos habituados a ver, de longe, os gastos feitos com a movimentação do pessoal que integra a sua comitiva. Agora, viajar num helicóptero pago com os fundos do Estado, dos quais fazem parte os nossos impostos, para tratar assuntos do interesses de uma OJM, não fica bem. A sua governação está apenas a iniciar e se a conduta e o despesismo forem estes, com certeza, o seu patrão não vai gostar.
António Muchanga e Galiza Matos
Os ilustres António Muchanga, deputado da Renamo, e Edmundo Galiza Matos, da Frelimo e porta-voz da mesma bancada, protagonizaram, na terça-feira (14), no Parlamento, um acto sem qualificação nem descrição devido à baixeza a que se submeteram durante a apreciação do Programa Quinquenal do Governo. Os xicos desviaram as atenções do assunto que os levava para aquele local, onde são discutidos questões sérias sobre a vida dos moçambicanos e do país, e despenderam o tempo a trocar mimos e insultos. Que raio de brincadeira é esta? Para além de processos disciplinares, eles deviam sofrer cortes nos seus salários referentes ao mês de Abril para que sirvam de exemplo para os outros que tentem pautar pela mesma imprudência. Onde é que entram as suas vidas particulares nos assuntos do interesse do povo?