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Xiconhocas do ano 2014: Armando Guebuza, Sheik Abdul Carimo Sau e EDM

Xiconhocas da semana: Lizha James; Atanásio M’Tumuke; Standard Bank

Os leitores do @Verdade elegaram como Xiconhocas do ano:

Armando Guebuza

Os leitores do @Verdade elegeram Armando Guebuza, o Presidente da República de Moçambique, para a categoria de um dos grandes Xiconhocas do ano, por se ter portado de forma incompetente em várias situações ao longo do ano.

Guebuza, que está a terminar o segundo mandato de governação, diz que “na essência”, não tem nenhuma dúvida de que fez “o máximo daquilo que podia” para deixar um bom legado. “E esse máximo não representa tudo o que povo quer, porque queremos sempre mais. Sinto-me por isso perfeitamente realizado”. Contudo, os nossos leitores enviaram várias vezes o nome do alto magistrado da Nação a nomeá-lo Xico, alegadamente porque está a deixar o poder sem ter resolvido o caos que se vive nos transportes públicos de passageiros, por exemplo.

Esgotadas as tentativas de definir a pobreza, na sua avaliação do estado geral da Nação, o compatriota e clarividente Amando Guebuza disse que durante os 10 anos da sua governação cumpriu a missão de luta contra a pobreza e colocou Moçambique na rota da construção do seu bem-estar. O conforto ou a comodidade a que o Presidente da República se refere deve, com certeza, existir nas suas propriedades privadas porque de lés a lés a pobreza continua apavorante.

Sheik Abdul Carimo Sau

O Sheik Abdul Carimo Sau, revestido nas funções de presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), é um grande Xiconhoca, segundo os nossos leitores. Motivos para a nomeação é que não faltam. Primeiro, ele dizia que não sabia do paradeiro dos editais do pleito de 15 de Outubro último, sacudindo a água do capote para o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).

Outra situação deu-se quando Abdul Carimo Sau, em Nampula, disse que já estavam registados 55 porcento dos nove milhões de potenciais eleitores, e justificou, na altura, a fraca afluência pelo facto de as pessoas deixarem tudo para a última hora. Quando se estava nos derradeiros dias culpou a chuva pela fraca afluência. “Isso é ser Xiconhoca, senhores. Não se pode pegar num fenómeno natural para justificar o trabalho que não é feito pelos homens. Só falta culpar a época de colheita do milho”, disse um leitor indignado com o presidente da CNE. Há desculpas e desculpas.

EDM

As situações de cortes constantes da corrente eléctrica não constituem novidade para ninguém. Todos os dias, verifica-se um cenário que está a conduzir os consumidores a uma desgraça sem precedentes. Não há avisos para a interrupção da corrente. Muitos cidadãos queixam-se de danos provocados nos seus electrodomésticos. Por seu turno, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) nunca se dignou a compensar os seus clientes pelos prejuízos causados. Desde muito, invoca-se a desculpa segundo a qual o problema tem a ver com os postos de transformação (PT), cacimba ou poeira.

Sem dúvidas, a EDM é empresa pública que presta os piores serviços aos moçambicanos, padece de falta de transparência e está politizada; aplica tarifas de energia mais altas da região Austral de África, apesar de o país ser um dos maiores produtores; é uma firma sem credibilidade dentro e fora de Moçambique – excepto para os políticos do partido no poder, que a cada dia não escondem a sua ambição de fazerem com que o país pareça só deles e a sua impotência é de tal sorte que não consegue cobrar as dívidas acumuladas pelas instituições públicas, que têm estado a consumir gratuitamente a electricidade porque a elite política não permite que se faça uma cobrança coerciva.

Consequentemente, há milhões de meticais perdidos. Os problemas de que padece a EDM preenchem uma lista que não caberia em nenhum arquivo do mundo. É esta firma da qual se espera um serviço público eficiente e eficaz enquanto controlada por um punhado de políticos?

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