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Xiconhoca da semana: Zico; Eugénio Matine; Filipe Nyusi

Xiconhocas da semana: Lizha James; Atanásio M’Tumuke; Standard Bank

Os nossos leitores elegeram os seguintes Xiconhocas na semana finda:

Zico humilha moçambicanos

 

Há pessoas que se emocionam sempre que saem de carro, principalmente quando vão ao volante! Esse tipo de gente sempre perde o controlo da sua própria boca quando se trata de tecer algumas considerações. Mas o nosso Xiconhoca, “Zico Maboazuda”, como é conhecido no ramo musical, provou que faz parte do grupo acima mencionado, ao postar no seu Facebook, um vídeo, no qual afirma categoricamente que “boa vida também cansa, que tal um pouco de chapa…”.

Que tal um pouco de chapa? Deixando de lado a hipótese de que há, notavelmente, um teor elevado de falta de respeito e consideração para com os cidadãos que, devido à falta de meios de transporte, lutam a cada instantes para sair das suas casas e dedicar-se às suas actividades quotidianas. É claro que um carro daqueles deve ser exibido de todas as maneiras, mas não podemos desrespeitar as pessoas. Há perguntas que não param de sair da boca dos moçambicanos: Será que este Xiconhoca nunca andou de “chapa”?

Eugéniop Matine, o falso médico

O senhor Eugénio Matine é um Xiconhoca por excelência. O cidadão em alusão usou uma das mais desumanas formas para sobreviver: fazer passar-se por médico para extorquir pessoas doentes e aflitas à procura de cuidados médicos. Na verdade, um cidadão que se comporta daquela forma só pode estar a precisar, com urgência, de cuidados psiquiátricos. Pela idade, é preponderante perguntar se ele tem família ou não. Verdade ou não, Matine afirma categoricamente que foi médico da marinha de guerra. Mas esqueceu- se de que enganar as pessoas não é o carácter de um membro do sector da Saúde. Que vergonha, senhor Eugénio. Que vergonha!

Filipe Nyusi ignora o sofrimento do povo do centro e norte do país

Parece que Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, mediu erradamente o tamanho do seu coração ao afirmar que tem lugar para todos os moçambicanos. Afinal, naquele órgão há, apenas, um espaço para sonhos, ideais e uma boa partida e futebol. A zona norte e centro do país está a comer, de dia e de noite, o pão que o diabo amassou, depois de ter perdido quase tudo o que tinha na sua pequena cabana de adobe.

As machambas foram devastadas pelas forças das águas e todo o produto alimentar que lá estava foi-se embora. O nível de pobreza absoluta foi multiplicado por mil e os afectados ficaram desgraçados. Enquanto isso acontecia, Felipe Nyusi assistia às notícias pela televisão, se é que arranjou tempo. Porém, quando se tratou de ir ver de perto uma partida de futebol, lá estava ele.

Pontual e feliz da vida, com um sorriso nos lábios pronto para falar às câmaras televisivas e gravadores radiofónicos. Por essas todas razões, o povo moçambicano não teve outra escolha senão elegê-lo, mais uma vez, depois das eleições gerais, à categoria de Xiconhoca. Deste lado, fora da Ponta Vermelha, onde o sofrimento é duas mil vezes mais, o povo vai questionando uns aos outros: “Será que esse coração tem, na verdade, espaço para todos?”.

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