O artista chinês Ai Wei Wei foi interrogado mais de 50 vezes pelas autoridades durante a sua detenção, que durou mais de dois meses devido a alegados crimes de evasão fiscal.
Ai Wei Wei tinha sido detido, em Abril, após as mensagens que circularam em sites e blogues do país que apelaram a uma ‘Revolução do Jasmim’ na China. O foi libertado 81 dias depois, em Junho, devido ao que as autoridades apelidaram de «boa atitude ao confessar» várias informações.Apesar de ter sido libertado, Wei Wei enfrenta ainda a possibilidade de lhe ser imposta uma pena de 10 anos de prisão devido a alegados crimes de evasão fiscal que, aliás, foram apontados como os motivos que levaram à sua detenção.
Mas a edição online do britânico The Guardian cita uma fonte anónima ao avançar que o artista terá sido interrogado mais de 50 vezes durante a sua detenção.
Wei Wei terá sido questionado insistentemente se sabia a identidade dos autores das mensagens que incitavam à ‘Revolução do Jasmim’, algo que o artista sempre rejeitou.
A mesma fonte apontou ainda que Wei Wei era vigiado 24 horas por dia, não tinha permissão para falar e tinha que pedir autorização para beber água e ir à casa de banho. Tudo no que classifica como «uma enorme pressão psicológica».
Quando foi libertado, em Junho, Ai Wei Wei deu conta que estava proibido, pelas autoridades de, pelo menos durante um ano, conceder entrevistas, falar com advogados especializados em direitos humanos e de utilizar a internet.
Recorde-se o artista criticava o Governo chinês através da sua conta no Twitter, que contabilizava milhares de seguidores.