Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Vitória esmagadora para a Frelimo e Armando Guebuza

Vitória esmagadora para a Frelimo e Armando Guebuza

O Presidente Armando Guebuza foi reeleito em 28 de Outubro com um voto recorde de perto de 3 milhões, tendo o voto da oposição caído pela primeira vez para baixo de 1 milhão. 

A Frelimo vai ter 191 dos 250 assentos na Assembleia da República, AR, igualmente um recorde em quatro eleições multipartidárias desde 1994. Afonso Dhlakama, líder da guerrilha da Renamo nos anos 80s e candidato presidencial nas quatro eleições, caiu do seu máximo de 2,1 milhões de votos em 1999, para apenas 650 mil votos este ano. Daviz Simango, presidente do município da Beira e líder de um novo partido, o Movimento Democrático de Moçambique, MDM, ganhou 340 mil votos, 8,6% do total, o maior de sempre para um terceiro candidato, e estabeleceu-se como a primeira figura credível da oposição de uma geração mais jovem.

A afluência foi de 45%, semelhante a 2004 mas muito abaixo dos níveis elevados de 1994 e 1999. Na corrida presidencial, votos em branco, sem nenhuma marca para qualquer candidato, foram 6% do total – o dobro de 2004 mas semelhante aos níveis de 1994 e 1999. Também na eleição presidencial os votos nulos, sobretudo os marcados para dois candidates, foram 4% do total, o que é significativamente mais alto do que em eleições anteriores. Pensamos que pelo menos 1% de todos os boletins de voto – talvez mais de 40 mil – são votos para a oposição que foram violados pelos membros das mesas de voto, em geral adicionando uma marca de tinta extra para os invalidar.

Houve também indícios generalizados de enchimento de urnas, com mesas de voto em Tete, Gaza e Niassa com perto de 100% de afluência e quase toda a gente a votar Frelimo. A Comissão Nacional de Eleições, CNE, parece ter excluido 104 mil boletins de voto (2,6% do voto total) onde o enchimento de urnas era suspeito, embora isto não tenha sido confirmado porque as alterações de resultados feitas pela CNE são secretas. (Ver pagina 9 para mais detalhes). Nas eleições para a Assembleia da República, a Frelimo ganhou a maioria em todas as províncias excepto Sofala, onde a Frelimo teve 10 assentos, a Renamo 5 e o MDM 5. Na cidade de Maputo, o MDM ganhou 3 assentos.

Numa decisão que desencadeou alguma controvérsia, o MDM só conseguiu estar a concorrer em 4 províncias e foi excluido de 7 por não ter apresentado candidatos suficientes. O MDM afirma que submeteu documentos para candidatos suficientes mas não consegue apresentar cópias, enquanto a CNE age em segredo e não torna os registos públicos, assim não é possível saber quem tem razão. Mas a controvérsia significa que embora os 8 assentos do MDM não cheguem para formar uma bancada de acordo com os actuais regulamentos, a Frelimo vai estar debaixo de alguma pressão para mudar as regras e baixar o número necessário para formar uma bancada.

Assim como os três partidos que ganharam assentos na AR, houve 16 outros pequenos partidos e coligações que contestaram algumas ou todas as províncias; juntos, conseguiram 3,7% dos votos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!