Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Violadores africanos dos direitos humanos ricos em petróleo escapam às críticas

Os principais países africanos produtores de petróleo escapam às críticas da comunidade internacional, apesar das suas práticas repressivas e de corrupção generalizada, conclui a organização Human Rights Watch (HRW) no seu relatório anual publicado esta segunda-feira.

Segundo a organização de direitos humanos, o Ocidente hesita em denunciar os abusos cometidos na Nigéria e em Angola, que disputam o lugar de primeiro produtor de petróleo bruto do continente, com cerca de dois milhões de barris/dia.

Em Luanda, onde, segundo a HRW, reina “uma corrupção endémica”, a organização regista em 2010 a deterioração dos “direitos fundamentais como a liberdade de expressão e informação”.

“Mas os parceiros comerciais hesitam em criticar o Governo para proteger os seus interesses económicos”, lamenta a organização no relatório apresentado em Bruxelas.

Na Nigéria, a HRW denuncia “abusos policiais generalizados”, “o desvio de enormes quantidades de recursos petrolíferos” e “a impunidade” de que gozam os autores das violações dos direitos humanos.

Mas, mais uma vez, aqui “o papel de potência regional da Nigéria, as suas exportações de petróleo e a sua contribuição para as tropas de manutenção de paz da ONU fazem com que os governos estrangeiros, nomeadamente os Estados Unidos e o Reino Unido, se mostrem reticentes em criticar publicamente o país”.

A Guiné-Equatorial, onde, de acordo com o relatório, reina a “corrupção, pobreza e repressão”, goza igualmente da sua abundância petrolífera.

Washington, cujas empresas dominam o sector petrolífero, limitou-se a “tomar algumas medidas” contra o regime do Presidente Teodoro Obiang Nguema, enquanto a antiga potência colonial espanhola “recusou aplicar qualquer sanção” contra o país, denunciou a HRW.

A organização sublinha os progressos conseguidos na Guiné-Conacri, “onde se realizaram as primeiras eleições livres e democráticas depois da independência em 1958”, nomeadamente graças às pressões da comunidade internacional.

“As tentativas de retardar o processo eleitoral falharam perante as intervenções sistemáticas” de Paris, Washington, Bruxelas e as organizações internacionais, nota a HRW, apelando à comunidade internacional a não renunciar aos princípios democráticos por motivos económicos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!