Eram cerca de onze da noite quando homens armados invadiram a cabana de Kazungu Ziwa, colocaram uma faca no seu pescoço e abaixaram suas calças com força.
Ziwa é um homem pequeno, tem cerca de 1,40m de altura. Ele tentou reagir, mas contou ter sido rapidamente vencido. “Eles me violaram”, contou. “Foi horrível, fisicamente falando. Fiquei tonto. Meus pensamentos foram embora”. Durante anos, as colinas com densas florestas e os lagos cristalinos e profundos da República Democrática do Congo oriental têm sido um poço de atrocidades.
Agora, ao que parece, há outro problema preocupante: homens que violam homens. Segundo representantes da Oxfam, da Human Rights Watch e das Nações Unidas, além de várias organizações de ajuda humanitárias congolesas, o número de homens que sofrem ataques aumentou acentuadamente nos últimos meses, uma consequência das operações militares conjuntas Congo-Ruanda contra rebeldes que realizam atos de violência sem limites contra civis.
Agentes humanitários têm dificuldades em explicar a explosão repentina nos casos de violação de homens. A melhor resposta, dizem eles, é que a violência sexual contra homens é mais uma forma encontrada pelos grupos armados de humilhar e desmoralizar comunidades congolesas, subjugando-as.