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Vinte e nove pessoas morrem em conflitos no aniversário da revolução do Egito

Vinte e nove pessoas foram mortas durante passeatas anti-governo, este sábado (25), enquanto milhares reuniam-se em comícios de apoio às autoridades lideradas pelo Exército, sublinhando as voláteis divisões políticas no Egito três anos depois da queda do presidente autocrata Hosni Mubarak.

As forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo e até armas automáticas para o alto na tentativa de evitar que os manifestantes opostos ao governo chegassem à Praça Tahir, coração simbólico do levante de 2011 que depôs o ex-comandante da aeronáutica.

À medida que a polícia procurava acalmar as ruas politicamente convulsionadas do Cairo, um carro-bomba explodiu perto de um acampamento policial na cidade de Suez, disseram as fontes de segurança.

A explosão, seguida de uma intensa troca de tiros, deu a entender que as autoridades podem estar envolvidas numa batalha de longo prazo com os insurgentes islâmicos, que vêm ganhando impulso, enquanto a violência crescente não prejudica a popularidade do general Abdel Fattah al-Sisi, cuja deposição do islamista Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito do Egito, mergulhou o país no caos.

Ao invés de comemorar a queda de Mubarak, dezenas de millhares de egípcios juntaram-se em Tahir para oferecer o seu apoio a Sisi, num evento orquestrado pelo Estado.

Uma banda marcial do Exército tocava enquanto os ambulantes vendiam camisetas com a imagem do general. Grandes cartazes e imagens mostravam Sisi com seus típicos óculos escuros no comício deste sábado. Algumas mulheres beijavam as imagens. As exigências fundamentais da revolta de 2011 – liberdade e justiça social – só podiam ser ouvidas em protestos fora de Tahir, e logo foram silenciadas pelas forças de segurança.

A mania Sisi ressalta o desejo predominante por uma figura miltar com a qual os egípcios possam contar para estabilizar a nação. Mas um fim à violência nas ruas não parece em vista. A televisão estatal citou uma autoridade do Ministério da Saúde segundo a qual 29 pessoas morreram em embates durante os protestos no Cairo e noutros locais.

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