Defensores da democracia egípcia organizaram uma nova manifestação neste domingo, dizendo que a justiça não foi realizada com o julgamento de Hosni Mubarak e de outros responsáveis pela morte de manifestantes durante a revolta de ruas que deu fim a seu mandato de três décadas.
No primeiro julgamento de um líder deposto nas manifestações da Primavera Árabe, no ano passado, Mubarak foi condenado à prisão perpétua.
Os seus filhos foram considerados inocentes em relação às acusações de corrupção e policiais de alto escalão foram absolvidos. Milhares foram às ruas em protestos que se estenderam durante a noite inteira na praça de Tahrir, no Cairo, e em outras cidades, elevando a tensão política que tem crescido desde que o último primeiro-ministro de Mubarak foi bem-sucedido no primeiro turno das eleições presidenciais no país.
Muitos interpretaram os veredictos como prova de que o clã de Mubarak ainda detém o poder enquanto o Egito se prepara para a votação em 16 e 17 de junho, considerada o estágio final de uma transição para a democracia liderada pelo exército.
“Não foi um veredicto justo e há rejeição em massa da decisão do juiz”, disse um manifestante, Amr Magdy. “A praça de Tahrir ficará lotada de manifestantes novamente.
No Egito, a única maneira de conseguir justiça é protestar, porque todas as instituições ainda são controladas por autoridades do governo de Mubarak”.
O procurador-geral registrou um apelo neste domingo contra a abolvição de seis autoridades da polícia acusados de matar manifestantes, e proibiu-os de viajar, disse o assistente do procurador.