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‘@Verdade Editorial: Enquanto houver “refresco”, haverá luto na estrada

As estradas nacionais continuam sangrentas, causando luto e dor às famílias moçambicanas, o que faz dos acidentes de viação uma das principais causas de mortalidade da população. Os números mostram que só na semana passada pelo menos 37 pessoas morreram, e 80 contraíram ferimentos, dos quais 23 graves e 57 ligeiros, como consequência de 32 acidentes de viação registados em todo o território nacional.

Diante dessa preocupante e dolorosa realidade, o Comando- Geral da Polícia da República de Moçambique, apontam como as principais causas destes sinistros,o excesso de velocidade, condução em estado de embriaguez má travessia de peão e ultrapassagem irregular. Como se isso não bastasse, a Polícia vem ao público, qual um disco riscado, apelar, ferverosamente, para a necessidade de se reflectir em torno desse grave problema, uma vez que centenas de vidas perdem-se nas estradas e de tantas outras vítimas que contraem lesões, algumas das quais irreversíveis.

Porém, a Polícia de forma intencional esquece-se de que ela tem cota parte de culpa nessas situações tristes que se registam quase todos os dias nas estradas em todo território nacional. Não é, pois, novidade para os moçambicanos que a Polícia moçambicana há muito que desistiu de exercer as suas funções de fiscalização rodoviária, passando a olhar para as estradas, para os automobilistas e sobretudo os transportadores de passageiros como uma fonte de renda.

Hoje em dia, a Polícia não está preocupada com o estado dos veículos que se fazem à rua ou as condições em que os moçambicanos são transportados de um lado para o outro. Assistimos quase sempre aos membros da Polícia de Trânsito a interpelarem os automobilistas para os extorquir, exigindo o famoso “refresco” e ignorando se o indivíduo está habilitado a conduzir ou sem a viatura está em condições de circular nas estradas moçambicanas.

Não se pode construir um país com o tipo de Polícia que temos, que pensa primeiro em benefício próprio em detrimento da população. Não podemos esperar que reduza drasticamente o número de acidentes de viação e, consequentemente, a taxa de mortalidade devido a esse sinistro. Não se pode esperar que apelar as pessoas e ficar à espera pela mudança de comportamento. As autoridades policiais devem agir, pois o resultado da sua inércia mesclada com a propensão aos pedidos de “refrescos” são os mortíferos acidentes de viação que se registam todos os dias.

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