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‘@Verdade EDITORIAL: Afinal, para quando a energia?

Já transcorreram mais de 20 dias desde que a região norte de Moçambique vive à luz de velas e lanternas a pilhas, para não falar do barulho dos geradores de energia. Desde a altura em que esta parcela do país ficou sem corrente eléctrica, nem a população, muito menos o Governo moçambicano e tão-pouco a própria Electricidade de Moçambique (EDM), empresa pública encarregada de prover o fornecimento de energia eléctrica, sabem, ao certo, quando voltaremos a ver as lâmpadas de casa e os postes de iluminação ao longo das vias públicas acesas. Não se faz ideia ainda de quando é que os electrodomésticos voltarão a exercer a função para a qual foi concebidos.

A falta de energia eléctrica está a tornar insuportável o custo de vida em quase toda a região norte, deixando a população à beira do desespero e a viver a pão e água a cada dia que passa. Todos os dias, as fontes da EDM vêm a terreiro dizer que “esta semana o problema será resolvido”. Já lá vão mais de três semanas e a situação continua na mesma.

Na verdade, a suposta queda das 10 torres de energia eléctrica de alta tensão, ocorrida no dia 11 de Janeiro, em Mocuba, Zambézia, veio pôr a nu a fragilidade e a incompetência da EDM. O acontecimento revelou que a falta de manutenção de rotina associado ao terrível hábito de esperar que as coisas aconteçam para depois reagir, ignorando o velho ditado que reza que “mais vale prevenir do que remediar”.

Diariamente, tanto a população necessitada, como as pessoas privilegiadas, acumulam prejuízos desnecessários, na fatídica ilusão de que a energia será reposta o mais rápido possível, segundo as promessas do elenco da EDM e do Governo.

É, extremamente, perigoso confiar numa empresa que teve a nefasta coragem de enganar o Primeiro-Ministro, inclusive ao próprio povo, diga-se de passagem, “o patrão do Governo”, quanto ao restabelecimento da corrente eléctrica às zonas afectadas pelo apagão. Anteriormente, foi mencionado o dia 20 de Janeiro, depois, 30 do mesmo mês.

Presentemente, devido (se calhar) ao peso de consciência, eles decidiram aceitar que nem eles mesmos, neste caso os técnicos e engenheiros da EDM, sabem, ao certo, quando é que as trevas serão vencidas pelo resplandecer da luz eléctrica. Esta semana, a EDM veio, inescrupulosamente, informar que até terça-feira (03) a corrente seria restabelecida. Volvidos dois dias, o problema da falta de energia persiste e a informação que nos chega é: “desta semana não passará”.

Cá, do lado da população, a esperança de ver as ruas iluminadas simplesmente evaporou, pois antes vale depositar a confiança num pequeno gerador a gasolina do que nas falsas promessas proferidas pela EDM.

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