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Verdade Cor de Rosa – Tás a ver?

Verdade Cor de Rosa - Tás a ver?

 Estamos há uma semana @ Dockanema mode! Devíamos ter mais moods deste género para alimentarmos a mente e começarmos a ser felizes. Mais felizes ainda por vivermos num Continente privilegiado! África Minha e nossa! Uma África que é observada pelos outros. Que inspira cineastas, documentary makers (apetece- me usar estrangeirismos), jornalistas e curiosos a contarem – de forma real e ficcionada – a nossa forma de vida, muitas vezes ignorada por nós.

Tenho assistido assiduamente a alguns filmes que escolhi para aprender mais sobre mim e os outros. Para explorar sentimentos e estimular os meus sentidos para outras latitudes que, por vezes, estão mesmo aqui ao lado e nem nos apercebemos. Como o Amor! E o Dockanema é isso. Para mim, claro. Uma grande paixão sobre a vida real completamente transversal à informação que nos obrigam a consumir diariamente nos telejornais, nas ‘gordas’* dos jornais, entre outras formas de fabricar notícias que servem para nos distrair. Tás a ver? De repente devo têl@ descontextualizado do discurso romântico a que me propus!

“Tás a ver” é a frase de um dos documentários que mais me marcou esta semana. Realizado por um brasileiro que está entre Portugal e o Brasil. O filme chama-se “Nu Bai: O rap negro de Lisboa” e relata a vida dos africanos na periferia da cidade das Sete Colinas. “Africanos” esses que são a 2ª e 3ª geração. São portugueses, descendentes, maioritariamente de caboverdianos e angolanos com quem eu cresci em Lisboa. Aos 16 anos fugi muitas vezes com eles da polícia que nos queria “chambocar” só naquela.

Viviam perto de mim em blocos de cimento e fui cobaia muitas vezes de rimas certas e incertas na Praça da Figueira, Miratejo, Chelas e bairro do Fim do Mundo… aiii! Muitos deles reconheci e estou orgulhosa de continuarem a acreditar que o Rap é uma forma de expressão para dizerem o que lhes vai na alma, o que passam no dia-a-dia e o estigma de “ser marginal”, no País onde nasceram.

Na sala estavam muitos estudantes a assistir e houve um rapaz do Chamanculo, o Ivan, que assumiu que na periferia de Maputo também é assim. Aqui “arrumam-se” as pessoas no caniço ou no Ncobi. Mas os anseios são os mesmos, apenas em contextos diferentes com a mesma África de base! Esta foi uma das lições que aprendi no Dockanema, entre muitos outros filmes que vi. Adorei o debate onde os estudantes da Josina e da Manyanga falavam abertamente sobre a sua experiência e pediam mais filmes destes! Eu também quero mais Dockanemas! As salas de cinema, os anfiteatros das Universidades, o Teatro Avenida e o CCFM apresentam uma programação privilegiada – para todos – até este Domingo.

E ninguém está marginalizado! Hoje o meu Bem-Haja vai para o Pedro Pimenta – homem corajoso – e para a sua equipa dedicada, multicultural e profissional. *Títulos do jornal

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