A Venezuela irá restringir ainda mais as travessias de fronteira noturnas para tentar conter o contrabando generalizado de combustível e alimentos, que vem contribuindo para a escassez de géneros básicos na economia já fragilizada do país.
O governo declarou, esta segunda-feira (15), que irá limitar as travessias nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas com o Brasil e a Guiana entre 22h e 5h. Além disso, camiões de entrega não poderão usar as estradas nas cidades venezuelanas fronteiriças entre 18h e 5h, uma forma de reprimir o contrabando.
Em Agosto, o governo socialista do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia ordenado o fecho noturno da fronteira do país com a Colómbia, destino de muitos bens venezuelanos altamente subsidiados.
Milhares de pessoas vivem do contrabando nas áreas fronteiriças, traficando bens que são vendidos com grandes descontos na Venezuela devido ao controle de preços.
A gasolina venezuelana, por exemplo, é a mais barata do mundo – menos de dois centavos de dólar por litro -, e muitos outros produtos, que vão do óleo de cozinha à farinha de milho, também recebem muitos subsídios governamentais.
Os economistas em geral argumentam que as enormes disparidades de preço entre o custo dos bens na Venezuela e nos países vizinhos fazem com que as medidas recentes dificilmente possam ter um impacto de longo prazo no contrabando.