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A caminho dos Jogos Africanos: Vela e canoagem

A vela é um dos desportos olímpicos mais competitivos e entusiasmantes no panorama desportivo mundial. Disputado em mar aberto, em Maputo as provas terão lugar no Clube Marítimo, na zona da marginal. É a segunda vez que esta modalidade olímpica está em disputa nos Jogos Pan-Africanos.

Moçambique participa pela primeira vez e a nossa selecção vai ser composta por 23 atletas de ambos os sexos. Apesar de pouco conhecida pela maioria dos moçambicanos, a vela é praticada no nosso país há vários anos na cidade de Maputo a na cidade da Beira.

Cerca de uma centena de atletas praticam regulamente esta modalidade, que desde 2009 tem uma Federação que não olha para os Jogos Pan-Africanos como um fim, mas antes como um momento para mostrar alguns resultados do trabalho que tem sido realizado e uma oportunidade para a divulgação e massificação da vela no país.

Quatro classes vão estar em competição nos Jogos: a classe Laser standard, a classe Laser radial, a classe Optimist e a classe 420. A Laser é a classe olímpica mais popular do mundo e as suas características principais são a sua simplicidade de construção e o baixo preço do barco. Trata-se de um barco tripulado por um velejador, é muito veloz e pode planar em dias de muito vento.

A classe Laser tem um casco com 4.23 metros de comprimento total, 3.81 metros de comprimento na linha de água e pesa 57 kg. O Laser é subdividido em três subclasses distintas mas apenas duas serão disputadas nos Jogos de Maputo: classe standard, que é a modalidade olímpica masculina que tem 7.06 m2 de área de vela e foi desenhada para ser velejada por um iatista com mais de 80 kg; e classe radial, que é a modalidade olímpica feminina que apresenta 5.76 m2 de área de vela.

A classe Optimist é constituída por um veleiro de pequenas dimensões que pode ser feito em madeira ou em plástico. Trata-se de uma pequena embarcação que apresenta 2.34 metros de comprimento, 1.13 metros de largura e tem o peso total de 35 kg.

Este barco foi concebido em 1947 por Clark Mills e o seu objectivo principal era tirar as crianças da rua e colocá-las a velejar em alto mar. Daí o motivo do Optimist ser recomendado para crianças entre os 7 e os 15 anos de idade (desde que o seu peso não exceda os 65 kg). Vários dos atletas moçambicanos que estão nesta classe são jovens filhos de pescadores de poucos recursos.

A classe 420 é uma classe internacional de embarcação à vela e surgiu em meados da década de 60, graças aos desenhos de Christian Mayry. Esta classe veio substituir, de certa forma, os barcos velhos e pesados de madeira e criaram uma nova filosofia de barco ligeiro e económico. O seu nome deve-se ao comprimento que ostenta, nomeadamente 4.20 metros.

Moçambique já organizou um campeonato do Mundo de vela, na classe de Vaurien, e tudo afigura- se para que as provas de vela durante os Jogos sejam o grande sucesso. Este sucesso poderá passar também por alguns lugares de pódio, apesar da Missão Moçambique não haver apostado nela e tê-la colocado no rol de modalidades sem grandes chances de vitórias.

Os atletas moçambicanos têm competição regular, dentro de portas pelo menos uma vez por mês disputa-se uma regata e tem havido participação em provas no estrangeiro com bons resultados.

Canoagem

Chidenguele vai ser o centro desta modalidade em Moçambique, não apenas durante os dias dos Jogos mas daí em diante. Pelo menos esta é a vontade da Federação que acredita que a existência do percurso de nove pistas balizado, que já está em Maputo, irá propiciar o desenvolvimento da modalidade na lagoa de Nhambavale na província de Gaza.

Durante os Jogos Pan-Africanos serão disputadas provas de Canoagem de velocidade, em embarcações muito elegantes e rápidas, mas muito instáveis, denominadas Caiaque (K1, K2 e K4) e Canoa (C1 C2 e C4). A Canoagem slalom também estará em competição em Chideguele, em percursos que o canoeiro deve percorrer sem faltas e no menor tempo possível.

Embora os canoístas moçambicanos tenham pouca rodagem, a falta de expressão desta modalidade nos restantes países africanos deixa os responsáveis federativos sonhar com algumas surpresas positivas.

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