Várias centenas de deslocados afluíram desde sexta-feira à noite para as aldeias burkinabes, fronteiriças da Costa do Marfim, devido a um conflito intercomunitário que fez 20 mortos numa localidade do nordeste do país, relataram testemunhas.
Segundo fontes administrativas, quase um milhar de pessoas, nomeadamente mulheres e crianças, foram acolhidas sexta-feira última no território burkinabe desde a eclosão da crise entre agricultores e pastores em Bouna, no nordeste da Costa do Marfim.
Estes deslocados, essencialmente de origem burkinabe, foram assistidos pela Cruz Vermelha burkinabe e pelo Ministério encarregue da Ação Social, indica-se. Um conflito eclodiu entre pastores Fulas e autóctones Lobi e Koulango, na localidade de Bouna, fazendo várias vítimas, a que se juntam edifícios incendiados e vários outros danos materiais.
Na Sexta-feira última à noite, o director de Gabinete do ministro ivoiriense do Interior, Vincent Tobi, explicou nas antenas da Televisão Pública que 17 pessoas, das quais cinco soldados, pereceram. Porém, garantiu que a calma voltou após dois dias de confrontos sangrentos. O Governo costa marfinense indica ter enviado mais de 500 militares para se interpor e restabelecer a ordem e a tranquilidade públicas.