Vândalos atearam fogo nas portas dum monastério cristão perto de Jerusalém, Terça-feira (4), em território ocupado por Israel, e colocaram dizeres a favor dos colonos nas paredes, numa possível retaliação pela retirada de famílias dum assentamento judaico não-autorizado.
O nome do assentamento, Migron, que foi esvaziado depois da decisão dum tribunal, Domingo, foi colocado na parede do famoso Monastério Latrun, ao lado dos dizeres “Jesus é um macaco”, informou a polícia.
As autoridades de segurança israelitas afirmaram que estavam preocupados que a retirada de 50 famílias de Migron, perto da cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia, pudesse provocar retaliações dum grupo que vigia os assentamentos, conhecido como “política do preço”.
A “política do preço” refere-se aos actos de vingança de alguns colonos israelitas que afirmam que irão revidar da mesma forma qualquer tentativa do governo de restringir os assentamentos judaicos nas regiões ocupadas da Cisjordânia, área que os palestinos querem como parte do seu futuro Estado.
O grupo de colonos mira mesquitas e, com menos frequência, igrejas católicas, e vêem qualquer local não-judaico como uma intrusão. Um rabino israelita que visitou o local chamou o ataque dum “evento feio”.
“Como rabino e cidadão israelita estou envergonhado hoje e profundamente perturbado pelo facto de que esta não é a primeira vez que este tipo de evento acontece em Israel”, disse o rabino Gilad Kariv, chefe da vertente reformista do judaísmo no país, à Reuters TV.
“Precisamos de garantir que outras fiéis, outras comunidades sintam-se seguras aqui”, acrescentou Kariv. O Monastério Latrun fica localizado nos territórios que Israel tomou na guerra de 1967 e anexou, medida que nunca foi reconhecida internacionalmente.
