A vandalização e roubo de cabos eléctricos está a inviabilizar a conclusão da colocação de uma nova linha de transporte de energia de média tensão no corredor entre os distritos de Monapo e Namialo, na província de Nampula, norte de Moçambique.
Trata-se de uma linha de média tensão, com 33 quilovolts, que, segundo o director da área de distribuição de energia eléctrica de Nacala-Porto, Carlos Rafael Jossai, devia estar concluída em Agosto último, facto que não ocorreu até hoje devido a acção de malfeitores.
A referida linha tem uma extensão de 80 quilómetros e está a ser construída para substituir a já existente, mas que devido ao seu tempo de funcionamento (mais de 25 anos), não está em condições de oferecer energia de qualidade.
“A vandalização e roubo de cabos eléctricos no corredor entre Monapo e Namialo são preocupantes. Os postes de madeira chegam até a ser cerrados para roubar os cabos. Os roubos não param aqui. Estamos a construir uma nova linha neste corredor, mas não chega ao fim devido a vandalização”, explicou a fonte.
A obra iniciou em Julho último e deveria terminar em Agosto e, para o efeito, segundo Jossai, todas as condições estavam criadas, inclusive o equipamento necessário já estava no terreno.
A linha já devia estar a operar. Jossai acrescentou que “se não houver uma certa atenção por parte das estruturas comunitárias e a colaboração da população vamos ter linhas tombadas e isso pode trazer consequências graves e pode afugentar investidores, porque a vandalização é muito grave”.
Segundo o director, a linha garante o fornecimento de energia as grandes indústrias em Namialo, entre elas de sabão, algodão, e o grande complexo industrial e agrícola Matanusca, que se dedica a produção de bananas. Por outro lado, beneficia os distritos de Meconta, Muecate, localidades de Nitia, bem como outros postos administrativos e localidades.
Para Jossai, a vandalização está a criar constrangimentos aos operadores, porque a qualidade de energia fornecida não é das melhores, situação que poderia ser resolvida com a nova linha.
“Os esforços para reverter a situação são enormes, mas o vandalismo não nos permite concluir o nosso trabalho” frisou, acrescentado que “como EDM poderíamos estar a fazer muitos mais do que estamos a fazer agora se não estivéssemos a desviar investimentos para repor as nossas redes, somos obrigados a recuar para fazer a reposição das redes vandalizadas”.
Em Nacala, a EDM está também a enfrentar os problemas das ligações clandestinas e o roubo de energia que provocam avultados prejuízos a empresa.
As ligações e o roubo de energia geralmente são efectuados por electricistas ilegais a pedido de populações de baixa renda movidos pelo desejo de ter energia nas suas residências.
Todavia, esforços estão em curso, envolvendo as autoridades distritais e municipais para estancar o fenómeno que preocupa a EDM. Para estancar estes problemas, a EDM, o Conselho Municipal e o governo do distrito de Nacala, vão mobilizar os chefes de postos, régulos e até mesmo a população para estar vigilante.
“Os problemas deixam a empresa desprevenida e a nossa preocupação neste momento é substituir as linhas e redes que são construídas de forma ilegal por electricistas piratas a pedido de populares que querem energia e assumem e aceitam que se façam linhas precárias. A EDM está preocupada em solucionar estes problemas para se garantir energia de qualidade” disse.
Jossai acrescentou que “este mal para além de criar prejuízos para a empresa, cria também prejuízos para a população porque quando há uma chuva ou tempestade as linhas e os postes caem visto que não tem nenhuma sustentabilidade e desta forma causam acidentes que podem ser mortais”.
Para responder à preocupação das populações de baixa renda, que querem ter energia nas suas casas, a EDM está a criar facilidades de pagamentos.
Nesse contexto, foi introduzido um pacote de patrocino denominado “linha luz”, em que se efectiva a ligação ao custo de 875 meticais contra o valor real de 3.508 meticais. O tal pacote patrocínio serve apenas àqueles clientes de baixa renda, devidamente comprovado. Nacala conta com um total de 45 mil clientes, entre domésticos e industriais.