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Vale do Zambeze com estatuto de “menina dos olhos”

Aproximadamente 800 milhões de dólares norte-americanos foram investidos, em 2010, no Vale do Zambeze, Centro de Moçambique, por cerca de 100 empresas mineiras, agrícolas e de pesca, com maior predominância para as da área mineira. Estas últimas estão a desenvolver actividades de prospecção e pesquisa mineira, segundo a ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, realçando que em 2011 espera-se um valor aproximado do investimento directo privado naquela região onde ainda no mesmo período vai arrancar a fase da produção e exportação do carvão, em Tete, pelas companhias mineiras Vale Moçambique, de capitais brasileiros, e Riversdale (Austrália).

 

 

Para o escoamento da produção para portos moçambicanos da Beira e Nacala estão em curso acções de reabilitação das respectivas linhas férreas “e vários estudos para mais ferrovias e rodovias para que toda a produção mineira, agrícola e da pesca venha a ser escoada para aqueles portos e para todo o país e países vizinhos”, afiançou Bias.

Os trabalhos de reabilitação daqueles dois corredores e estudos em curso para construção de outras infra-estruturas do género constituem acções inseridas no desenvolvimento da estratégia do Governo para o sector dos Transportes, segundo ainda a ministra dos Recursos Minerais, realçando que a estratégia foi desenhada por forma que não fique nada por escoar por falta de vias de acesso de e para locais de produção e destes para os de comercialização e/ou exportação.

Moçambique exportador mundial

Moçambique vai ser, “a breve trecho”, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de carvão, segundo o professor norte-americano Jeffrey Sachs, que está à frente de uma equipa de pesquisadores da Universidade da Colômbia, responsável por realizar um estudo sobre as possibilidades de desenvolvimento do Vale do Zambeze.

Os seus resultados deverão ser apresentados “proximamente em Maputo”, segundo Sachs, mas as conclusões preliminares apontam haver um grande potencial de carvão mineral que “tornará Moçambique num grande produtor e exportador deste recurso”, ainda nas palavras do investigador norte-americano.

Sachs apelou ao Governo moçambicano no sentido de envolver o sector privado e todos os produtores, incluindo camponeses, do Vale do Zambeze na produção e gestão correcta dos recursos existentes naquela região “por forma a se evitar a eclosão de conflitos” como acontece em várias partes do mundo.

Os resultados preliminares do estudo foram apresentados, esta sexta-feira, em Maputo, a quadros seniores do Ministério dos Recursos Minerais, tendo a titular daquela pasta sugerido que os definitivos deverão ser apresentados já na presença de investigadores das universidades moçambicanas, sector privado e comunidades de camponeses do Vale do Zambeze para beneficiarem de mais subsídios.

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