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Vale adia de novo início da produção da usina de níquel na Nova Caledônia

A Vale do Rio Doce anunciou na sexta-feira em Numea um novo adiamento, até Março, do início da produção de sua usina de níquel na Nova Caledônia depois de registrar incidentes técnicos.

“Esta semana testamos nosso procedimento de extração de níquel e obtivemos resultados muito bons e estamos orgulhosos”, declarou Peter Poppinga, director geral da Vale-Inco Nova Caledônia, filial da Vale. O executivo indicou que uma inspeção de equipamentos era necessária antes do início da produção da refinaria e que a parte crítica já foi realizada. Em Outubro passado, Poppinga havia anunciado o arranque da produção da usina de Goro para janeiro de 2010, depois de vários adiamentos devido a incidentes técnicos, entre os quais vazamento de milhares de litros de ácido sulfúrico em um rio.

“Realizamos um programa com 65 medidas em Goro no valor de 40 milhões de dólares, sem contar os custos induzidos para eliminar os riscos”, afirmou o executivo num momento em que o procedimento químico da Vale provoca inquietação entre os ecologistas. Poppinga destacou o interesse estratégico para a Vale do projecto da Nova Caledônia, que utilizará um procedimento inédito de lixiviação mediante ácido sob pressão e elaborado pelo grupo de mineração, permitindo tratar o mineral com escassa porcentagem de níquel (1,5%).

Quando os economistas manifestaram suas dúvidas sobre a rentabilidade do projeto Goro Nickel, cujo investimento alcança os 4,3 bilhões de dólares, Peter Poppinga insistiu no controle dos gastos de exploração. “O investimento existe.

No entanto, é preciso fazer uma campanha para otimizar os custos, a rentabilidade foi afectada, mas ainda estamos num terreno positivo”, declarou. Considerando prematuro estimar o custo de produção da usina, Poppinga avaliou que, “com 10 a 15.000 dólares a tonelada de níquel se pode sobreviver, entre 15 e 20.000 dólares a rentabilidade melhora e mais de 20.000 se fica numa zona de conforto”.

O preço actual do níquel é de 18.000 dólares a tonelada. Construída numa magnífica baía do sul da Nova Caledônia, a refinaria Goro Nickel, um dos maiores projectos em curso no mundo, tem uma capacidade de 60.000 toneladas de níquel e 5.000 toneladas de cobalto por ano. Segundo grupo minerador mundial atrás do anglo-australiano BHP Billiton, a Vale do Rio Doce lidera o mercado do níquel.

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