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Vala comum com 29 cadáveres encontrada na Costa do Marfim

Uma vala comum com 29 cadáveres foi encontrada em Yopougon, um subúrbio de Abidjan, na Costa do Marfim. A descoberta acontece numa altura em que Laurent Gbagbo, o Presidente deposto, e a sua mulher são interrogados pelo Procurador da capital marfinense.

De acordo com os residentes na zona, as vítimas terão sido mortas na sequência dos confrontos originados pela crise política que estalou na Costa do Marfim, depois das eleições de Novembro do ano passado. Investigadores da ONU estão já a procurar a existência de outras valas comuns.

Brahima Bakayoko, um habitante de Yopougon, citado pelo “The Guardian”, disse que militantes leais a Laurent Gbagbo entraram num bairro onde se celebrava a detenção do Presidente deposto. Os militantes terão disparado contra membros dos grupos étnicos de Dioula e Baoule, apoiantes de Alassane Ouattara, o Presidente eleito.

“Aqui, eles mataram dois jovens Baoule e forçaram-nos a queimá-los na mesma tumba”, disse a testemunha, acrescentando que tinha já contado 29 corpos.

Na passada sexta-feira, o escritório de direitos humanos da ONU, em Genebra, anunciou que os seus investigadores se dirigiam para um campo de futebol também em Yopougon, onde se acreditava existir também uma vala comum que Hamadoun Toure, porta-voz da missão da ONU na Costa do Marfim, classificou como “um cemitério ao ar livre”.

Toure adiantou não ter informações precisas sobre se os mortos tinham sido vítimas das forças de Ouattara ou de Gbagbo, já que tanto forças apoiantes de um Presidente como do outro, têm sido acusadas de massacres e violência.

Laurent Gbagbo e mulher interrogados

Sábado – um dia depois de Alassane Outtara ter tomado posse como novo Presidente da Costa do Marfim -, o Presidente deposto, Laurent Gbagbo, foi interrogado pelo procurador de Abdidjan, no âmbito de uma investigação preliminar sobre a crise gerada pelas eleições de 2010, em que Gbagbo recusou reconhecer a sua derrota.

A audiência durou pouco mais de uma hora, de acordo com o procurador Simplice Kouadio Koffi, e Gbagbo, acusado de abuso, extorsão e incitamento ao ódio, esteve sempre acompanhado pelo seu médico particular. No Domingo, foi a vez de ser interrogada Simone Gbagbo, mulher do Presidente deposto que, tal como o marido, foi ouvida sem a presença dos seus advogados.

Cerca de 200 pessoas deverão ser ouvidas até Junho, depois de uma crise que levou o país a uma guerra civil e que provocou a morte de mais de mil civis.

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