O baixo nível de escolaridade, pobreza e algumas práticas costumeiras são apontados como os principais factores para a alta prevalência de casamentos prematuros em Moçambique, de acordo com dados do último Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS).
Moçambique é um dos 12 países africanos que beneficiarão de um fundo global de cerca de USD 40 milhões, a ser desembolsado ainda este ano de 2015 pela Holanda, Reino Unido e Canadá, num esforço visando acabar com casamentos prematuros em África.
Apurou-se no Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (DFID) em Maputo que a escolha de Moçambique como “prioridade” deve-se ao facto de o país ter uma das mais altas taxas de casamentos prematuros no mundo, ocupando actualmente o 11.o lugar.
Em Moçambique, estima-se que a taxa de prevalência de casamentos prematuros em raparigas menores de 15 anos ronde os 14% e outras 48% casam com menos de 18 anos de idade, estatísticas que colocam o país como o pior a nível da região da Austral de África.
O baixo nível de escolaridade, pobreza e algumas práticas costumeiras (ritos de iniciação) são apontados como os principais factores para a alta preva- lência de casamentos prematuros em Moçambique, de acordo com dados do último inquérito Demográfico e de Saúde (IDS).
Daquele universo de raparigas casadas, cerca de 36,9% nunca na vida tiveram pela frente uma entidade formal chamada “professor”, ou seja, não possuem nenhum nível de escolaridade.
Refira-se que, em 2014, o Governo moçambicano comprometeu-se em Londres, capital inglesa, durante a cimeira internacional da Rapariga, a elaborar uma estratégia de eliminação dos casamentos prematuros no país.
A implementação da referida estratégia será acompanhada por uma campanha nacional de sensibilização, dissera o Governo moçambicano na cimeira de Londres, uma iniciativa internacional co-organizada pelo Reino Unido e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No mundo, actualmente, mais de 700 milhões de mulheres contraíram matrimónio em idade de adolescência, das quais cerca de 250 milhões “casaram” antes dos 15 anos.