A União Europeia (EU) vai disponibilizar cerca de cinco milhões de Euros (188.4 milhões de meticais) para apoiar o sector privado moçambicano a melhorar a sua competitividade no mercado internacional nos próximos três anos.
De acordo com Sylvie Tabesse, Primeira Conselheira da delegação da União Europeia em Moçambique, os valores ainda carecem de aprovação dos Estados membros daquela comunidade.
Tabesse disse que o financiamento ao sector privado constitui a continuação do projecto de apoio ao ambiente de negócios e facilitação do comércio em curso no país. A fonte falava, Sexta-feira, em Maputo, durante o seminário sobre “Desafios de Moçambique para a sua participação no comércio internacional”.
O objectivo do apoio é de capacitar o sector privado nacional para que disponha de normas que precisa para produzir de acordo com os padrões internacionalmente reconhecidos e colocar os seus produtos no mercado.
“ O nosso futuro programa depende da aprovação interna dos Estados membros da UE. A ideia é dar continuidade ao programa actual virado ao empresariado. Vamos focalizar a nossa acção no sector privado para que Moçambique possa enfrentar os desafios do comércio internacional”, explicou.
Tabesse considera que a competitividade e o acesso ao mercado é crucial neste período de globalização, em que os mercados exigem requisitos relativamente elevados em termos de qualidade e eficiência.
Apesar das exigências, segundo a fonte, Moçambique tem um acesso preferencial aos mercados da UE, em que não há taxas aduaneiras e quotas, entre outros mercados como os Estados Unidos.
Entretanto, estas oportunidades não estão a ser devidamente aproveitadas. Tabesse defende que para melhor usufruir destas oportunidades, Moçambique precisa resolver o problema dos elevados custos de transporte, telecomunicações e energia, bem como os padrões de qualidade pouco competitivos.
“Enquanto muitos esforços vêm sendo feitos em relação a melhoria de infra-estruturas de transporte rodoviário e portuário e da produção energética, ainda deve ser feito muito para melhorar a competitividade dos produtos moçambicanos”, defendeu.
De referir que a UE está a apoiar o INNOQ, conjuntamente com a organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) nas áreas de serviços de metrologia, estandardização e certificação.
O projecto, com a duração de três anos, envolveu um investimento na ordem de seis milhões de Euros (226.6 milhões de meticais). O projecto termina este ano e os envolvidos fazem um balanço positivo.
Segundo o Director Geral do INNOQ, Alfredo Sitoi, ao longo dos três anos de vigência da parceria a instituição capacitou-se cada vez mais, uma vez que foi possível formar os técnicos, comprar padrões de metrologia (para calibração, verificação de instrumentos de medição e de produtos pré-medidos).
Desta feita, o INNOQ esteve em condições de formar e equipar os 43 Municípios moçambicanos para verificar os instrumentos de medição.
Neste momento, o INNOQ faz a calibração dos instrumentos nas áreas de massa, volume, temperatura, entre outros, e a partir de Novembro próximo, está capacitada para fazer nas áreas de pressão, letra e fluxo.
“Esta parceria foi uma mais valia. Foram feitas coisas concretas, adquiridos instrumentos concretos e necessários, foinos muito útil” sublinhou Sitoi.