A Unesco manifestou preocupação com o aumento dos ataques contra jornalistas, com 247 mortes desde 2006 em 30 países, e advertiu para a impunidade que obstrui a justiça. “Na maioria dos casos, a impunidade impede a ação da justiça e, se esta tendência persistir, os jornalistas serão vítimas fáceis”, afirma a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em um relatório com o título “A segurança dos jornalistas e o risco da impunidade”.
O estudo da Unesco, o segundo desde 2008, que será publicado oficialmente na quinta-feira, afirma que a situação “representa uma grave ameaça para a liberdade de expressão e para nossa capacidade de buscar a verdade”. Na contagem realizada na América Latina, o Brasil ocupa a terceira posição. O país registrou a morte de três jornalistas assassinados.
O México é disparado o primeiro colocado da região, com 15 jornalistas mortos, seguido, além do Brasil, de Colômbia (4), El Salvador (2), Equador (2), Guatemala (2), Venezuela (2) e Honduras (1). O informe da Unesco ressalta que a maior parte das vítimas é registrada em países em situação de paz, mas nos quais divulgar informações delicadas sobre narcotráfico, violações dos direitos humanos, corrupção pode representar risco de morte.
No período 2008-2009, a Unesco registrou 125 assassinatos de jornalistas. No período anterior foram 122. A Unesco propõe no relatório que a cada 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, seja respeitado um minuto de silêncio nas redações de todo o mundo em memória dos jornalistas assassinados.