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Um festival “histórico”

Um festival “histórico”

A agência publicitária DDB Moçambique foi a grande vencedora do 5º Festival Internacional de Publicidade de Maputo ao conquistar 14 prémios- entre os quais dois Grandes Prémios e Seis Conchas de Ouro. Vasco Rocha, o director geral do grupo, faz um balanço extremamente positivo do “festival da viragem”, segundo as suas próprias palavras.

Revelou ainda que em 2011 os seus olhos estarão virados para o festival de Cannes, em França. Este ano, o culminar do V festival Internacional de Publicidade de Maputo celebrou- se em grande estilo com a entrega dos prémios a 27 de Maio, no Girassol Indy Congress Hotel & Spa, na capital do país. Fundamental no reconhecimento de agências e produtores de publicidade de todo mundo, em particular das regiões da África Austral e do Oceano Índico, o evento tem sido um dos grandes objectivos da Associação Moçambicana de Empresas de Publicidade, (AMEP).

Desde 2005, data em que aconteceu pela primeira vez, o festival de 2010 atingiu o número recorde de 261 inscrições e uma participação de 20 agências e produtores de publicidade nacionais e internacionais concorrendo nas categorias de TV/Cinema, rádio, print, poster, billboard, internet site, internet banner, promoções na internet e campanhas integradas de publicidade.

Durante quatro dias, e com uma série de eventos relacionados com a publicidade, a decorrer paralelamente com debates e exposições, o júri internacional foi presidido pelo publicitário português José Carlos Bomtempo e constituído por dez profissionais de Moçambique e de outros países. Estes analisaram as peças em concurso, atribuindo a seguir os respectivos prémios, depois de elaborarem uma “short list” (lista curta) dos apurados. A grande disputa dos concorrentes transformou-se na principal “dor de cabeça” para o júri, como deixaram entender alguns membros, ao comentar sobre o adiamento da distribuição das conchas de Bronze e de Prata no dia 26 para o 27.

Um sentimento comum na análise deste evento foi o da boa reputação de que o júri goza, quer a nível pessoal como colectivo. Os pontos de vista que fomos colhendo no terreno convergem na ideia de que houve uma boa actuação, caracterizada pela imparcialidade e bom senso. Aliás, segundo algumas vozes, esse foi o motivo que tornou mais difícil o apuramento dos melhores. Outro assunto que alimentou conversas no balanço deste festival foi o “efeito surpresa” nos vencedores.

Diz-se que quebrou a tradição, pelo que será lembrado não apenas pelo recorde de participações, mas sobretudo pelos vencedores dos dois grandes prémios e das conchas de ouro. É que, para os vários observadores que acompanham anualmente esta festa que decorre na última semana do mês de Maio, diferentemente dos concursos passados, em que a maior parte dos principais prémios são ganhos por uma agência, desta vez, uma boa parte dos galardões mais cobiçados do festival foram amealhados por outra, nomeadamente a DDB um grupo publicitário que opera no país há sensivelmente dez anos.

“Foi um marco histórico nesta área por isso surpreendeu a todos”, afirmam. Por fim, outra constatação possível a quem esteve atento ao festival de Maputo é a pouca adesão do público e dos media nos encontros que foram decorrendo ao longo da semana, bem como a completa ausência das agências não apuradas, no dia da distribuição dos prémios, o que alguns sectores da opinião pública interpretam como descontentamento e falta de espírito de solidariedade e união entre os grupos publicitários do país.

OS VENCEDORES DA NOITE

Após o apuramento para a short list (lista curta) um grupo foi eliminado tendo ficado dez, designadamente Ogilvy, Golo e DDB de Moçambique, Executive Center, Back e P&P Link Saatch&Saatch de Angola, LV Ogilvy da França/Reunião, Circus Adversiting e Red House Y&R das Maurícias e Djomba de Portugal. Segundo o resumo final dos resultados da AMEP, a Golo e a DDB de Moçambique amealharam ambas 14 medalhas, mas a DDB saiu a ganhar, pois os dois grandes prémios e seis das sete conchas de ouro ali distribuídas ficaram para si. No que toca a conchas de prata, o destaque vai para a Golo que amealhou nove delas.

A DDB Moçambique e a Executive Center de Angola ganharam ambas quatro conchas de bronze. Com base nestes cálculos, os primeiros quatro lugares ficam entre a DDB Moçambique, a Golo, Executive Center e por último a Circus Adversiting das Maurícias. O principal troféu do festival internacional de Maputo é o grande prémio, considerado a peça mais criativa das diferentes categorias. Este ano os dois grandes prémios foram da categoria Poster, peça Moçambique Fashion Week e categoria Televisão cujo trabalho se designa Cortina, um spot televisivo de fimde- semana, ambos entregues à DDB Moçambique.

Na sequência, Vasco Rocha afirmou que a vitória foi fruto de um trabalho de longos anos de uma equipa lutadora e humilde que tentou aprender com todos e de todos lados sem pisar ninguém. Para o director geral da DDB, o festival deste ano foi de consagração, no sentido em que a equipa sentiu que o esforço foi retribuído. Para os próximos desafios, aquele responsável garantiu que o objectivo é continuar a lutar cada vez mais e, quem sabe, sonhar com o festival de Cannes, na França.

A GRANDE HOMENAGEM

Como faz desde a sua primeira edição, a organização escolhe um dos profissionais duma área para o laurear com o prémio carreira, um gesto de reconhecimento ao valioso contributo que prestou para a sua área de trabalho. Desta vez a honra coube ao decano do fotojornalismo moçambicano, Kok Nam. Após receber o galardão, o fotojornalista considerou ter sido uma grande recompensa e com maior significado pelo facto de ser o primeiro reconhecimento do género, vindo de uma instituição do país.

“Sinto-me valorizado porque nesse nível nunca fui reconhecido por uma associação moçambicana”, refere. Na ocasião, Kok Nam elogiou o evento, tendo a seguir deixado ficar alguns desabafos em torno da fraca qualidade em que o jornalismo moçambicano se encontra. A seu ver, faltam seriedade e cultura geral nos jornalistas. Alguns órgãos de informação elaboram as notícias com base em especulações.

No entanto, para aquele profissional, essas dificuldades podem ser superadas bastando que haja mais esforço pessoal, reciclagem e viagens visando a troca de experiências entre profissionais mais competentes. AMEP É a Associação Moçambicana de Empresas de Marketing, Publicidade e Relações Publicas, cuja sede se encontra na cidade de Maputo. Actualmente com 22 membros filiados, a agremiação surge para responder aos desafios que o mercado da publicidade em crescimento no país impunha aos profissionais da área.

Desses desafios destacavamse questões como a falta de disciplina, ética e uma lei que regulasse a actividade publicitária. Segundo consta nos estatutos aprovados em assembleia-geral a 28 de Fevereiro de 2006, trata-se de uma pessoa colectiva de direito privado, de interesse social, sem fins lucrativos, e com tempo indeterminado.

Assim, a agremiação tem entre vários objectos promover, coordenar e realizar acções como eventos e cursos com vista ao desenvolvimento do Marketing, da Publicidade e das Relações Públicas e a divulgação de novas tecnologias no país valorizando a participação de empresas nacionais e incentivando o investimento de operadores estrangeiros de reconhecida credibilidade e com base mutuamente vantajosa.

Por conseguinte, cabe também a esta a associação filiar-se como membro em organismos internacionais e associações congéneres estrangeiras de forma a contribuir para a melhor realização dos seus objectivos, com prioridade para a CPLP.

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