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SELO: Um carro para Dillon, escrito por Hélder Manhique

O Mestre Dilon Ndjinji vem, há muito, pedindo a quem de direito que o atribua uma viatura paras suas deslocações entre Maputo e Marracuene, sendo legítimo, atendendo ao seu estatuto no panorama artístico cultural de Moçambique e Internacional.

E, Domingo, o Núcleo de Arte está ao rubro com o King em palco, transmitindo aquela energia habitual que assusta e electreliza quem o vê fazer jus ao seu titulo. Ele dizia – estás a ver, 22h, já dançamos não é? Agora Dilon tem de arranjar maneira de ir para casa. Lá em Mararcuene onde tu conheces. Tchau.

E lá se foi o King em desenrascada com Maria Rosa no pensamento. Por diversas vezes acompanhei-o nas excursões do Festival Marrabenta, e tive a oportunidade única de estar num mano-a-mano com o King da Marrabenta e de Marracuene, ouvindo e gravando estórias de um passado glorioso explicando em primeira mão a razão do título e as pelejas com o Fanny Mfumo.

Dilon, hoje com 84 anos, já por diversas vezes fez a distância Maputo (xilunguine) a Maracuene a pé. Hoje com o avançar da idade lamenta deslocar-se de chapa em condições precárias e, não poucas vezes, em carrinhas de caixa aberta, estando sujeito a todo tipo de tratos possíveis, além de expor-se a um acidente de viação.

O principio do fim da estrela Manjacasiano, que Deus o tenha, foi quando, atropelado e abandonado no hospital pelo autor do sinistro, sem meios e sem poder andar, foi acudido pela Logaritmo, que o ofereceu, para além de outro suporte, uma cadeira de rodas, um pequeno grande feito que veio mostrar que a boa fé ainda habita em alguns de nós.

Muitos ou alguns irão perguntar se essa não seria uma responsabilidade dos promotores, mas não nos esqueçamos do papel social de Dilon e que só em Marracuene ele intervém em várias áreas. Outrora fora representante dos camponeses naquela parcela da província de Maputo. Em um dos nossos novos canais televisivos, ele disse “saio de casa cheio de inspiração, apanho chapa, mas quando chego ao estúdio, o meu destino, em Maputo, a minha cabeça está oca”.

Não vamos esperar que este embondeiro se vá para discutirmos o seu valor, o que poderíamos ter feito mais para minimizar as suas carências e depois fazermos grandes homenagens póstumas. O futuro é agora. Não vamos esperar totalmente pelo governo, porque eles de certeza têm conhecimento desta situação. E, de certeza, têm receio de abrir um precedente, então vamos colaborar.

Porque não quero ser um pessimista que só apresenta problemas e críticas, tenho algumas ideias que para muitos serão utópicas e eu diria, urge fazermos alguma coisa: unidos pela cultura, vamos desafiar os promotores culturais para se organizar um evento onde as receitas sirvam para adquirir um “dubaizinho”, pedindo os alfandegários que abram uma excepcional isenção na cobrança de direitos, matrículas e outros custos que possam encarecer este processo.

De maneira nenhuma isto tem cara de caridade, simplesmente é reconhecer e dar valor aos que fazem e dignificam a cultura Moçambicana.

De imediato, enquanto isto não acontece, vamos pedir ao Ministério da Agricultura, que tem maningue carros do mato a circular na cidade, para alocar a Direcç?o Distrital de cultura de Marracuene uma viatura que esteja a disposição do King sempre que for necessário, especialmente nas suas deslocações Marracuene-Maputo e vice versa. Que tal???

 

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