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UE decepcionada com o “desastre” de Copenhague procura uma resposta

Decepcionada com o “desastre” representado pela conferência de Copenhague, a Europa procura uma solução para o clima e alguns países retomam a ideia de uma taxa de carbono a ser cobrada sobre produtos importados de nações poluidoras.

A União Europeia (UE) pretende, ao mesmo tempo, tranquilizar seus industriais e endurecer suas posições para 2010. “Devemos analisar como proceder após o desastre de Copenhague”, explicou o ministro do Meio Ambiente sueco Andreas Carlgren ao chegar a Bruxelas para uma reunião com seus colegas da UE. Paul Magnette, o ministro belga encarregado do clima, é partidário de endurecer posições.

“Se alguns países entre os maiores emissores (de gases de efeito estufa) no mundo continuam a impor obstáculos à adoção de objetivos vinculantes de redução das emissões, a União Europeia deve adotar, como permite o relatório da OMC de 26 de junho, uma taxa de carbono sobre os produtos importados desses países que fazem uma concorrência desleal a nossas empresas”, afirmou ele, citado segunda-feira pelo jornal Le Soir.

O fracasso de Copenhague é atribuído à recusa da China e dos Estados Unidos em aceitar compromissos vinculantes. A posição de firmeza assumida por Paul Magnette vem sendo, há muito tempo, preconizada pelo chefe de Estado francês Nicolas Sarkozy e pela chanceler alemã Angela Merkel. “Devemos decidir qual oferta a União (Europeia) porá sobre a mesa no dia 31 de janeiro, e o que devemos fazer para tranquilizar nossas empresas”, explicou um negociador francês. Mas a ideia da “taxa de carbono” não conseguiu unanimidade. Os alemães, por exemplo, estão divididos.

A Comissão Europeia, como um todo, também mostra-se reservada. Segundo um dirigente, a União Europeia deve insistir em seu compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa num percentual de 20% em 2020 em relação a 1990, com a possibilidade de uma redução de 30% se outras nações industrializadas assumirem compromissos semelhantes.

O executivo de Bruxelas está, no entanto, em fase de transição. A nova equipe comandada por José Manuel Durão Barroso deverá entrar em funções apenas em fevereiro. E a “Sra. Clima” da UE, a ex-ministra do Meio Ambiente da Dinamarca, Connie Hedegaard, comissária europeia designada para esse dossiê, vem sendo questionada. Ela chega a Bruxelas com um fracasso pessoal na conferência de Copenhague, onde foi obrigada a deixar a presidência das negociações sobre o clima após ter sido duramente criticada por membros do G77 (a coalizão dos países em desenvolvimento) que a acusaram de privilegiar muito os interesses dos industrializados.

Qual será sua margem de manobra na Comissão? Será ela uma simples executiva, como dizem os Verdes, ou será uma personalidade influente da equipe dirigida por Barroso? Nenhuma decisão está sendo esperada da reunião ministerial. “Os governos estão na fase de digerir, de analisar. A reflexão vai realmente começar no início de 2010”, segundo os participantes. A estratégia, no entanto, começa a se desenhar.

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