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Tumulto num calabouço de Mogincual causa 12 mortes

Doze reclusos, de um total de 29 que se encontravam detidos no calabouço do comando distrital da Polícia de Moçambique (PRM) na sede Mogincual, província nortenha de Nampula, morreram na madrugada de hoje em circunstâncias que, segundo as autoridades polícias e prisionais, ainda estão sendo investigadas, apurou a AIM no início desta tarde junto de fontes ligadas ao sector das prisões no país.

O Director Geral das Prisões, João Zefanias Zandamela, confirmou a morte dos 12 reclusos, adiantando que “as informações em meu poder ainda são muito escassas para ter uma explicação realística que me possam permitir dizer com exactidão quais terão sido as verdadeiras causas por detrás desta tragédia”.

Ele revelou que já foi enviada uma equipa a partir da cidade de Nampula para ir se inteirar, no terreno, daquilo que teria ocorrido.

Para mais informações, Zandamela recomendou-nos a contactar o Director substituto da vigilância prisional, Floriano Sumane.

Falando à AIM, via telefónica, Sumane explicou que segundo informações do comando da polícia em Nampula, as mortes teriam ocorrido durante um violento tumulto que, supostamente, se teria registado naquela cela por volta da meianoite local.

Ele confirmou que 12 mortos e os 17 sobreviventes faziam parte dos indivíduos que foram detidos em Quenga durante uma tentativa de assalto a uma esquadra daquela localidade.

Por seu turno, o Ministério do Interior emitiu um comunicado em que dá a conhecer a morte dos 12 cidadãos no calabouço de Mogincual em circunstâncias ainda por se esclarecer.

Sumane nega que as mortes possam ter sido causadas por possíveis disparos dos membros da corporação na vã tentativa de evitar a fuga daqueles reclusos, afirmando que foi-lhe garantido que a morte dos reclusos deveu-se a um tumulto e não fogo policial.

Ele deixou antever que o melhor esclarecimento deste problema poderá advir dos reclusos que sobreviveram e, portanto, poderão explicar as circunstâncias em que ocorreram as mortes e os feridos que já foram evacuados para o Hospital provincial da cidade de Nampula, a capital da província com o mesmo nome.

Sumane disse que as 12 vítimas e os restantes sobreviventes deveriam ter sido transportados ainda hoje para Angoche, onde seriam julgados num tribunal acusados de incitarem a violência e distúrbios públicos.

Os 29 haviam sido detidos no início deste mês acusados de envolvimento em actos de incitação a violência, por se oporem aos esforços do governo para conter a epidemia de cólera que neste momento afecta quase todas as províncias moçambicanas.

O Ministério do Interior diz que decorrem exames médicos aos corpos dos 12 mortos para se tentar apurar as causas da sua morte.

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